Oh escabiosa crosta de pecado e doçura
Arregaça tuas rendas de sombra
loucura ogival
Lambam-te legiões de blasfemos demónios
Adeturpação
Roçagando teu aspérrimo saco
agrilhoa-me em teu hirto silício
com força animal
Lancetada escarmentosa paixão que se reacende ao final
do dia quando preparo o jantar
Primitivo e horripilante silvo que me rasga o torax
Enche-me de terror sacro
ajoelho como cachorrinho suplantado
No abjeto hórrido e fétido
halo de teu pútrido arroto
comeste a filha do vizinho, porco
Na escada de incêndio
tudo maquinado, puro cálculo
persigo os sinais
manchas, lastro de lama e pelos
espinhos ensanguentados