Z
As
praias mais belas são as mais inóspitas onde só vinga o sal e o sol. Em
Portugal existe uma praia perto de Sesimbra acessível apenas por mar ou
derrapando por uma escarpa vertiginosa com uma atrevida e minúscula língua de
areia sequestrada pelas águas do mar num salão de muralhas de pedra fulminada
pelo sol impiedoso ou de cenho arreganhado da mais fria sombra que humedece de
salitre as anfráguas e ravinas dos rochedos encostada ao lado direito da praia
num refego de rocha junto ao mar sobre um plateau acimentado descansa sempre
uma casa. Deitei-me no plateau ouvindo latidos de cachorros no interior da casa
e semi-adormeci
Num sonho diluído bateu-me
Ao forte de santa cruz canhões de guerra apontando a boca
da barra brilhando azul. ao longe meio esfumada na neblina a baia d o Cristo
Redentor. caprichara num penteado com cachos longos e uma armação de rosas
brancas e uma bata leve e translucida. fotos na praia ao por do sol trajes de
gala sob o sol carioca mais vigoroso. até à praia do Adão felicidades mutuas,
em direção a praia da Eva lasca do paraíso aconchada entre escarpas rochedos
arredondados e mata virgem . Uns velhos improvisaram um boteco com umas
madeiras de destroços e vendiam bebidas padrão de antártica a 51. cruzavam a
vista cargueiros, transatlânticos, veleiros, pesqueiros pequenos e outras
embarcações.fotos sob as amendoeiras, junto das rochas, dentro do mar, beijando
de mãos dadas, mergulhando, acenando... Entremeamos as fotos com cervejas
sempre pedindo as bebidas o velho no auge gritou-me “porque è que ta vestido
assim? Isto é praia se despe porra!” Quase perdendo os sentidos Perto das tábuas
onde nos sentáramos uma família tagarelava enquanto o homem rodeado de três
moleques retirava cuidadosamente uns siris de uma rede para não ser picado
(talvez fossem venenosos – acho que os caranguejos de tons esverdeados ou
azulados têm um veneno forte utilizado pelos povos tupis nas pontas das lanças
para caçar antas). Explicou-me que os cozia na panela de pressão e com a água
fazia um caldo pró pirão e ajuntou "Não tem muita carne mas..." e
terminei "É só para chupar!" as melhores fotos o sol baixava
incandescente no corcovado. O cansaço deixou nossos corpos mais soltos,
naturais e apaixonados.
ZZ
Amalgamados sonhos, suspiros e glossolalia – os cães
ladravam à distância
Quem matara as serpentes que invadem o meu quintal?
Sinto-me mal com o que devo ao sistema e sinto que não tenho tempo na minha
preguiça para me organizar e pensar no que devo e como desenvencilhar-me deste
sebo todo, escorrego e tento esquecer que há muito vou ladeira abaixa e que não
tarda já em anos o baterem há porta para me surrarem. Por isso sonho tanto com
alçapões podres, serpentes, pernas quebradas, amuletos fora da validade, não
sonho à noite, sonho de manhã no transe entre o lençol e a mesa de trabalho e à
noite lamento e penitencio-me por mais uns meses de inutilidade. Felizmente
moro nos trópicos e mergulho profundamente o olhar nos verdes impenetráveis da
floresta amazônica e fico assim por longos minutos, o meu verdadeiro
descanso... Como acudir sem violência ao companheiro que docemente se embrenha
em silenciosos ardis de perdição armados sutilmente por potências sem cara que
nos lambem como um gato lambe um rato? Não esperem uma história, esperem a
queda no poço do petróleo... garanto-vos a riqueza e a alegria de se sentirem
acompanhados no meio do caos. Prometo que às vezes vou olhar para cima tentando
respirar o céu profundo. A história dum cara que faz rapel para lavar vidros na
torre do rio sul e fazia amor com várias secretárias dos escritórios. Ainda não
é hoje que vou contar essa história e mencionei-a só para que vos fervilhe um
pouco o sangue e ainda não adormeçam. Uma musica pseudo-épica-new age
proto-oriental chill-out e eu já me imaginava a fazer katas de tai-chi-shuan
numa praia deserta do oregon, tenho tensão baixa e no fundo eu sou um
sentimental. E o mar de sentimentos arrasta-me preguiçosamente pela divagação
inconsequente... um lago com destroços no fundo onde por vezes fareja um
pecari, caititu, cateto (daí o chamar-se catete ao bairro da porcaria)
porquinho irmão sul americano do javali com diferenças ao nível da úngula. Fareja
chafurdando nas algas de dois anos de metafísica e alguns módulos vegetais do
quadriênio de teologia aplicada à patrística. -A tristeza é tão emotiva que
quando me contou sua vida eu chorei e ri a bom rir o rosto congestionado e o
casquinar dos ombros. Quando choramos os males e deficiências com que nos
trataram os nossos pais... Um pão sem nada no primeiro dia de aulas, cabelo
penteado à bouzo, ir a pé sozinho de autocarro de calções através do frio de
marítimo à luz da lua, farofa de casca de ovo, peixe mal assado, espaguete com
clara de ovo mal cozida... “I am a cop shut up” “A lot
of people running and a-hiding tonight. A lot of people won't get no justice
tonight. So praise Jah often” E qual é a diferença da Lorde para a Jesca Hoop? Os
mecenas, a estratégia de intrusão? E saltando rapidamente para uma realidade
mais tangível, quando o patrão ao fim de tantos anos percebeu o valor da
funcionária, forçou a familiaridade e abriu-lhe todas as concessões “por favor
sinta-se à vontade para passear no meu pátio, às vezes venho aqui fumar para me
inspirar na disposição randômica das nuvens” e lambeu-a um pouco mais como uma
leoa estica a franja do leote. Olha ai que ela passa de leque e no
alto da testa um topete e samba a saia de bolinha a minha moreninha que eu sei
que um dia foi escrava minha escrava livre livre de ser minha escrava. Niterói
meu interior inteiro. Aarvdark - bicho africano tipo canguru representado em
iluminuras medievais. Glossalia arreshmatana ushliba eina
grrevna2drochtmanciparnia futsglaina un5dertmiguelei urocoara fordzicht
lambadogmis. UrcaSanta
TeresaCopacabanaBotafogoLapaAlfamaBairroAltoAreeiroChelasBenficaNão
gosto de Yes ou the Who nao tenho paciência para o Stones
Continuava deitado no plateau cada vez mais mole do sol
que me esturricava o corpo
Querem mulher forte e torneada e pensais que podereis
encontrar melhor que a cabrita mulata que calcurreia o morro dia e noite desde
a infância? Talvez não saibais de mulheres mas todo o mundo sabe que a carne
argentina é mais macia por pastarem as vacas no plaino e as brasileiras mais
rijas por sambarem na grama viçosa das serranias. Cada um com sua consciência a
minha diz carne argentina mulher mulata. Explodiam no limbo vários corpos de
mulheres latinas e de ébano e montes e cabeços redondos, oblongos, costas e
ventres e cordilheiras difuminadas de neblinas roxas de montes leves e moles...
Assustei-me com uma onda que estourou mais perto...
Sonhei com um africano cristão de uma irmandade
pré-conciliar que se desenvolvera primitiva no deserto etíope, habitavam
fortificados em castros mais antigos que a cristandade. Um dos seus reis partiu
a cavalo através do Atlântico... Regendo à praça XV el rei de João o segundo de
seu nome com bochechas tais que talvez engolira o mundo ou as bolas do rocinante
em que vai montado, mas não, lá estão as cujas bem bronzeadas como convém aos
cariocas. Emborcávamos molho tártaro até se tornar feral nosso bafo que
brandíamos como floretes invisíveis nas discussões depois duma sesta maturada
na varanda de sol ouvindo as cigarras cerrando o chorão plantado no dia do
nascimento do nosso pai. Sonhei com reis africanos destroçados aos dentes dos
leões e uma vala comum de g3 de plástico rebolando em grossas bolas de fogo!
(“avance avance” enxotavam-nos na fila do museu MAR
aquela cobertura como um tapete do Aladino fugindo com várias sacas de dinheiro
e despenhando-se na Guanabara)
Eu
morro-me por estas coisas de amores estas habilidades que tenho estas graças
infusas - Na
refrega do desânimo lhe restaram as vitualhas sobre a mesa de plástico e um cd
arrefecido da Marisa Monte e adentrou-se nas brenhas de fumo do cigarro
esquecido atiçado pelas brisas do Tejo
Os momentos de ócio nos escritórios que passava
desenhando plantas de vivendas com forma de suástica foram cruciais no
desenvolvimento da minha arte e na definição da minha animalidade social
A ventania e as ondas e o sol impiedoso fustigavam a
escuna provocando o choro, os gemidos e os vômitos. A minha filha abriu a goela
de súbito e o jorro vermelho esfiampou-se nas garras do vento
“Fumávamos maconha e cheirávamos benzina e fazíamos sexo
uns com os outros gritávamos frases de livros emocionávamo-nos com vinho barato
queríamos definir nós as regras da vida não para a tornar mais fácil mas mais
compreensível, mais saborosa e se possível achar um túnel secreto para o
sucesso...”
ZZZ
A sombra da casa cobria agora metade do meu corpo e a
cabeça assim na frescura tornava mais espesso o meu sonho:
Vimos durante o delírio da espera um homem andando nas
ermas rochas em silêncio como uma silhueta só, como um animal ancestral
distante. Uma mulher começou a entoar salmos de libertação enquanto uma velha
se esvaía em vómito num balde preto segurado pelo neto japonês com as trombas
já desfiguradas de respingos. As ondas cresceram até ao ponto em que nem os que
nadam se salvariam.
Nas
cidades em crescimento tudo se esboroa em pó de cimento e areia. a construção é
quase só estrutura e as falhas nunca são só superficiais, são rombos até aos
varões de aço dos pilares são varões de esperas eternas por 13os e inspirações
para retomar as obras tijolo sobre tijolo escacilhado escarros de betonilha
polvorenta fiações e chapas pintalgadas de ferrugem dobradas nas esquinas. Eu
trabalhava na obra do shopping metropolitano da barra design mall deluxe
fashion, aplicava peças de porcelanato chiara no pavimento. Em minha casa
apliquei o piso seguindo uma paginação absolutamente randômica. Passei o natal
comendo panetonne sozinho em frente à TV desligada ouvindo em repeat no mp3 o
pagan poetry da Björk.
Os velhos do boteco, um bebado outro zarolho e um
terceiro de bigode farfalhudo e queimado deram de arrumar as tralhas. pedir a
conta por ser gringo podiam querer meter a mão. Ainda ela se aproximava do
balcao de naufragio e ja o velho gesticulava e articulava expressivamente
"eu, eu nao en-ten-den-do nada do que voces vo-ces dizem" e apontava
como um tarzan etilizado ela com um sorriso de professora eternecida "mas
eu sou carioca" e gargalhava sorriam também seus óculos de massa. com o
sol escondido os tons laranja do céu tingindo toda a paisagem alguem acendera
uma fogueira todo o céu em chamas. um grupo de jovens enxameava em torno dum
balcao dando ares de festa e através do jovens chovia.
participar na festa "claro a galera ta so trazendo
bebida podem ficar" fui comprar a jurujuba uma favela piscatoria voltei ja
o reggae bombava nas colunas e as linguicas douravam na grelha amizade com as
"criancas" Luau. Tocaram churrascos comemos cerveja, bebemos xixi no
mar conversamos com estrelas e rimos das tartarugas e dormimos no próprio sonho
Senti o tempo esfriar e as ondas rebentaremmais fortes os
cães tomaram silêncio
uma braba ondulação e uma ventosga endiabrada perto das três praias. Aí
demos um mergulho e comemos frutas. o motor quebrou 3vezes lançando fumaça e
pânico entre as mulheres, descemos a última âncora antes de presa e dando-nos
conta ficamos 3 agarrando-a à unha enquanto outro dava um nó gritando com o
capitão velhinho. Enquanto descia a âncora ouvi o man gato murmurar estamos nas
mãos de Deus. O barco encarou as ondas e a popa ficou a uns metros de se
destrambelhar nos rochedos.
A ventania e as ondas e o sol impiedoso fustigavam a
escuna provocando o choro, os gemidos e os vômitos. A minha filha abriu a goela
de súbito e o jorro esfiampou-se nas garras do vento pintalgando as pernas dum
ex militar obeso com quem cavaqueara e partilhara umas laranjas minutos atrás.
O gordo não se conteve e ajoelhou na amurada regurgitando um lastro de melancia
sambada ingerida ao som do Seu Jorge. Nas ondas encandeadas de sol começou a
pintar-se o rosto ameaçador da natureza bruta que perde a aparente inocência de
quem a observa em segurança. Um leão atrás das grades é estúpido e sujo à
frente das grades torna-se incómodo e mais limpo...
Recordo
com orgulho algumas vitorias em finais de futebol lá no colégio sacrilégio e
recordo alguns beijos na boca alcançados como teenager eram tão feias e recordo
essas canções grunge anos noventa a noite inteira chinfrineira sem entender a
letra e me recordo dos sonhos tão sozinho tão sem substância que eu fui
trocando pelas bugigangas tão sem graça que me alcançava a grana
Andava vendo uns seriados sobre a medieval época e dei
por mim imaginando uma batalha e peguei uma serra de cortar fenos esquecida
enferrujada no chão do celeiro era recurva como um crescente turco e encostei
no pescoço do manso cavalo senti os dentes agarrar na carne com uma ligeira
pressão e puxei com força numa curva diagonal numa hipérbole de sangue espirrado
no chão de feno mas não lhe chegou à traqueia foi um golpe duro e presto com
poesia e a ferida ficou feia -- (Que chova de tal forma esta noite que nos
impeça de ir trabalhar amanhã que chova tanto que se derribem os montes e se
aplane a terra para que todos vivam sem ser acima de outros que ninguém possa
dizer que vive acima deste ou daquele viveremos em cômodos cilíndricos)
Só provando de seguida consegui aperceber-me das
diferenças de sabor entre distintos pães de queijo.comi 10 pães da casa minas...
E em seguida comi mais 10 duma outra casa que por sinal tinham um sabor mais
intenso mas uma textura mais densa enfim dói-me a cabeça mas à pouco tinha
muita fome e vontade de fazer sexo talvez animado por estar chegando a casa
cedo num dia chuvoso e a patroa já esta em casa. deve estar a começar pela
décima vez a arrumação da prateleira onde vai atafulhando bijous, faturas,
souvenirs variegados, boticária varia, óculos escuros desengonçados, caixinhas
de joias vazias, embalagens de pensos higiénicos, chaves diversas, contas de
colares rompidos, uma luva sem par, relógios sem pilha, e uma infinidade de
outras coisas pequenas, avulsas e de configurações diversas. deve estar em cima
da cama de cabelo apanhado com um lápis, óculos de descansar a vista e calcinhas
de renda uma pistola duas balas ** deitados na Bab bou jeloud ao som do Oud
lute alaúde e grandes canecos de veneno de menta em chá mijando o sol comendo
hamburger de camelo olhando a cabeça decepada do camelo no talho alia o lado
entre pernas decepadas de cabrinhas**Prevejo as desgraças que virão com um céu
destes. Ando como a mãos com uma insolação não debelada e tenho ido trabalhar
delirante. Nem imagino o que tenho dito às meninas da portaria. É sabido que
após uma cirurgia com anestesia local o paciente ainda sob o efeito da
anestesia perde a noção da vergonha e pode proferir verdades chocantes na
presença da família todas são todas umas e outras todas++Vi uma aparição do
costa concordia na baía de guanabara. Não queria crer nos meus olhos. As
gaivotas mergulhavam como loucas nesse final de tarde. O concordia parecia
alinhado com o pão de açúcar traçando um azimute de 30 graus com o eixo
definido pelos braços abertos do cristo redentor. Eu seguia na barca vital
brazil e vi o concordia desaparecer atrás das colunas de sustentação de uma
plataforma petrolífera que se encontra em reparação em frente ao mercure de
niterói. Pareceu-me ouvir vozes do além á medida que se escondia a embarcação.
Quis perguntar ao rapaz que seguia ao meu lado se enxergava o costa concórdia
mas ele seguia tão compenetrado num jogo no cel no momento que a embarcação se
escondeu distingui um vulto fazendo esporte no heliporto da plataforma e senti
a prepotência da estrutura. Deu para me lembrar do falhanço da missão satélite
brasileiro na noite anterior 200 milhões cagados para o espaço. Serviria para
monitorizar o desmatamento florestal da Amazônia. Ainda bem que explodiu. Quem
vai querer uma prova ou um retrato da merda que faz? Surge de novo o costa
concordia por entre os mega pilares da estrutura petroleira parecia que se
despedia entre uma névoa tingida dum raio de pôr-do-sol ocre que só atingia
aquela nesga da guanabara senti uma comoção misturada com revolta com espanto
com terror e sei lá que mais sentimentos mesclados me banharam naquele instante
enquanto a garganta estrangulava um "olhem lá segue por entre a bruma o
costa concordia" senti que já mais o voltaria a ver--Devolvam o mercado
municipal devolvam o dedo do lula endireitem as pernas ao pistorius pistão
pistons pistas sostas bostas botas serranias e invernias rangendo os dentes da
neve mordendo calipos de limão no carro a sair da praia ¨¨¨¨Olhava
para trás para todas as bandas que o fizeram começar a gostar de um novo estilo
de música portishead nirvana sepultura doors : queima
das folhas de outono e preparação da santa missa-Quando
toco algum tema da minha escrita não sinto vontade de lá voltar We
know a good ass when we ear it
ZZZZ
Ouvi uma especial de pássaro talvez umas gaivota nos
rochedos perto da casa a lua brilhava no mar…
Um vento de poeira da traição levanta-se e entra-me nos
olhos tento segurar o vento que me empurra e me obriga a encolher-me vão me
enganar por onde não vejo grito mais alto e desce sobre mim uma lona que me
amortalha e me isola da impiedade do vento e sai-me o solo de debaixo do corpo
todo de uma vez o corpo reage como um gato e toda a pele se empolga
O tempo chuvoso nos trópicos deixa-me triste e nem
tristezas eu tenho das boas. - - Entro na loja e fico admirando os pacotes de sêmolas, arrozes coloridos fungos desidratados e outras feitiçarias orgânicas e
quase acabo entrego a alma em desejos de só ser natureza quase ingiro as
oblatas aos ídolos modernos{Havemos de fazer sumir os homens que se opõem ao sistema} O borbulhante café ramificado nos meandros do estrume riachos vivificados
em cujas margens se balançam as gordas mulheres espalhando a carniça nos
queixos barbados .O tempo chuvoso nos trópicos deixa-me triste e nem tristezas
eu tenho das boas... Matei a minha família com 13 anos e fugi para outro estado
pelos campos e matas. Só me aproximava da civilização para roubar comida
durante a noite e fui-me habituando a degolar quem cruzasse o meu caminho
O sonho em que você vê o mar indica que você passará por
importantes mudanças. É possível que você retorne a um lugar ou situação muito
familiar, algo que fez parte da sua vida e com o qual você não tinha contato há
algum tempo o ET a bota botilde ou alguém martelando as paredes metálicas do
reservatório de água
ZZZZZ
Levantei-me sem forças e mijei ali a dois passos e voltei
a deitar-me mais perto da soleira da porta da casa. Escutei o fungar amigo dos
cachorros identificando o meu cheiro e ouvi uma música de violinos que vinha lá
de dentro...
De
fones grandes nos ouvidos ela suspirava fundo vidrada na tela do pc e fazia um
bico com os beiços grossos enquanto se afundava um pouco mais na cadeira
executiva os óculos de massa davam-lhe um ar de secretária atrevida dos anos 80
ela escrevia sobre pessoas que tinham passado fugazmente pela sua vida e que
poderia caricaturizar sem risco de ofender: aquele peruano amigo de félix seu
ex-namorado que trabalhava em TI e tinha dificuldade de se aproximar das
meninas, tinha a cara larga e os olhos embicados que rebrilhavam quando bebia e
quando sorria com a boca larga esticava a pele sobre o pequeno nariz que
parecia ainda mais pequeno e lembrava-se daquela mineira de sobrancelha grossa
que ensinara o seu primo a dançar forró e ainda daquele chileno que sorria
sempre com ar safado e com ar de que se envergonhava disso e na tentativa de
controlar um pouco o riso punha os lábios sobre os dentes como se fosse desatar
a cantar ópera
“Ela me
gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu
coração para que eu nascesse à luz da eternidade”
É sexta
feira depois do feriado e a cidade esta vazia me sinto o único babaca do
município que vai trabalhar quem me dera estar em casa de cuecas analisando o
tempo passar...
A sua
pele era suave e os lábios carnudos e mordia-me de paixão sempre que a
penetrava tirando-me a concentração tinha olhos de criança, provável vestígio
da raça que talvez por ser mais selvagem seja mais jovial e impetuosa
entregando-se sem vergonha empregando toda a força exigia de mim firmeza exigia
de mim força, os seios despontando os dentes brancos brilhando na noite escura
sem carros caminhando na terra batida alisando as curvas da terra na terra meus
sonhos vertia uma casa com terreno que frutos me dê na invernia uma mulher
paciente que me ature todo dia e respirando profundo os olhos ao céu então
volvia goza na cara degusta
Agora
meus marotos topem-me só esta inconfidência que convosco tenho de partilhar.
Abriu cuidadosamente uma folha de revista dobrada em 4 quase rasgando nos
vincos. “Pimba uma foto da vossa tia nuinha da silva”. “Só não da para ver bem
a passarola. Vêm como era boa?” Saíra numa revista espanhola que falava da
programação da TV e tinha sempre uma gaija nua na folha central e no verso da
foto um catálogo de filmes pornô com títulos como Eduardo Mãos d...Numa
palestra sobre a perseverança contaram-me a historia daquele ricaço sueco que
herdara um belíssimo ap no centro de gottdamborg para onde se mudara depois de
um refurbishment e de ter encomendado uma esposa entre o seu circulo maçônico.
Vivia uma vida de torradinhas compota e leite quente aborrecendo a recente
parceira com tanto comodismo. Ele saia de casa mais tarde sobretudo nos dias de
neve ficava pelado diante do espelho do banheiro mirando a penugem que lhe ia
despontando do tórax orgulhoso do seu aquecimento central e sonhando com as
torradinhas que o aguardavam na cozinha talvez até visse um porn antes de sair
só para relaxar. Depois do duche a porta de correr do blindex ficou travada
contra a esquadria da porta pivotante do armário ninguém o socorreu apesar dos
urros e eventualmente morreu ali mesmo ao fim de uns ;;; não voltei a sentir no
Brasil aquele cheiro adocicado da catinga dos africanos aqui não são tão puros
nem tão subnutridos~~Quem
espartilha? O escritor perturbado que das suas perversões vai vivificando o
terrífico bairro decadente, em historietas propulsionadas a sexo e cansaços ou
os próprios personagens dum outro parágrafo que na sua estoicidade orgulhosa
levam o escritor fraco a exilar-se numa qualquer ilha grega em busca da inércia
calcária da moral espartana??Prefiro as negras tem uma imagem menos plastificada, mais
selvagem, mais autentico os seus corpos vigorosos mal se contem nas finas peles
que os envolvem as epidermes mais suaves e aromáticas ... um galo de Barcelos
barômetro fluorescente surgiu-me no meio da noite como uma divindade e falava
comigo “volta, volta ao deserto” Magnata russo. Acerco-m’ao computador com a
reverência dum rabino, lamentando já cada passo e sento-me medindo o alcance do
meu trabalho que me da gás para viver mensalmente sem passar vergonha pública
mas que me impede o desafogo... Impede-me de fugir deste sistema subjugante sem
que tenha de passar fome para alinhar de novo baterias e atacar em nova
frente...Distrai-me
a pensar no meio da rua em como me é amarga a vida quando chove Só para que
fique claro o que me entristeceu mais não foi a sua irritação, eu vi que fiz
bosta, eu fiquei mais triste com o tempo que demorou a perdoar-me...todos os
seres humanos são belos desde que não percam em demasia a simetria e a
definição das suas configurações
Esta
morrinha desce em cascatas de minúsculos pontos de luz quando cruzam por
segundos lentamente junto aos candeeiros públicos dançando com a coordenação
dos bandos de aves ao sabor do vento como uma cortina infinita de volutas
De que
nos adianta plantar se o teu solo é de baldios e maninhos de que adianta por ti
puxar se nos recebes com patadas
Jamais
falarei de meus defeitos em público, não permito que em público me reprendam
levem-me para a sala escura e desvendem a minha pena leiam –me a sina
Cada
família é um santuário e deste templo foste expulso com teu fardo de mentiras e
a camisa de festa esfarrapada vai sozinho faz-te à estrada e clama...um
preceptor que ouvia depeche mode e kruder and dorfmeister e venerava o oscar
wilde andava esquelético dentro da batina com bom humor e os seus passos desengonçados
e senhoriais. Dizia aos rapazes numa tentativa de amansar os fogos que olhassem
o próprio rabo no espelho e atentassem em como se assemelhava aos das meninas
“é a mesma coisa” e os garotos rodando os olhos e a cabeça incrédulos pensavam da
sua miopia e daltonismo...
O
verdadeiro marisco fede como sarapilheira ensopada de mijo. Estas rochas são
viveiros de marisco os mexilhões e as lapas aguçadas gravavam incisivamente a
carne dos meninos na cara, no peito, nas pernas e nos braços. Sem se falarem
antes algazarravam persistentemente e seguiam sem racionalizar os mais altos ou
os que gritavam com mais indignação. Atrevo-me a afirmar que existe uma
correspondência sentimental aos depeche mode dos anos 80 na figura de amelinha
no outro lado do oceano é o mesmo marasmo de hedonismo martirizado ânsia de
redenção e amores obscuros biofluorescência no match sexual
Uma outra conclusão a que os cientistas chegaram
foi que os padrões de biofluorescência são extremamente variáveis: podem ser
apenas anéis à volta dos olhos, mas também muco verde segregado pelos peixes e
até há padrões de fluorescência muito complexos, externos mas também internos,
que abrangem todo o corpo do peixe.
Os
cónios ou Coniiem latim, também denominados cinetes, foram os habitantes das regiões
do Algarve e sul do Baixo Alentejo antes do século VIII a.C., até serem
integrados na Província Romana primeiro da Hispânia Ulterior e posteriormente
da Lusitânia. Descobrimos a carta de um soldado romano para a sua família num
acampamento cónio. Falava das maravilhas que tinha visto pelo mundo mas temia
não voltar a vê-los.
durante
a vida vão se nos dando as certezas: não agora já não vou a tempo de casar não
agora já não vou a tempo de fazer aquele curso não agora já não posso mudar de
carreira.
Existem
vários estados de transe porra xamanismos, trance psicodélico, goa transe,
possessões pessoas a tremer corpos que se apagam, hiper, visões oníricas,
estado de sonho, alucinações perdas de sentido do espaço e tempo adulteração da
realidade, bruxaria, fantasmagoria, nirvana, meditação psiconeuronal, áfrica,
ásia, vertigem, loucura, viagem interior, arrebatamento e êxtase... vi chegar o
o barco do nosso querido Leif Erikson contou-nos que encontrara uma terra de
vinhas menos fria que a nossa habitado por homens muito feios, alguns dos
nossos ficaram lá e mais têm de ir para lá em busca da felicidade. Tive de lhe
dar a notícia da morte de seu pai e que doravante ele seria o chefe da cidade e
para ele terminara o tempo das navegações...
ZZZ ZZZ
Acendi uma
fogueira com uns toros duma barraca de praia que haviam dado à costa, estavam
pintados de azul e branco e a tinta ardia muito rápido fazendo borbulhar a
superfície da madeira. Adormeci em seguida fraco e desejoso no coração de
voltar ao mundo dos sonhos
Trabalhei
uma temporada nas barcas rio-niterói gostava de furar a multidão com o colete
laranja abria as portas da lateral da embarcação e voltava a fechar sem olhar
para trás deixando nas minhas costas a turbamulta ensonada e revoltada e ali no
meu refúgio virado para a ilha das cobras gratinava o olhar nos reflexos
lampejantes que o sol matinal estreleja nas fezes da guanabara. Até beber
contigo as fezes do cálice. Kralice kyuss. Calem-se. O porte do rancheiro josh
homme que submete a guitarra como um boiadeiro domina uma histriônica vitela.
Com intuito de abater. Abatem-se as mantas sobre o meu sarampo sete mantas
pesadas uma canja cheia daqueles mini ovos que vêm de brinde no cavername das
galinhas. O mobiliário pesado, um espelho murano aos pés da cama a tv
silenciosa como a febre um pacote de kleenex e um alguidar para expectorar
espreitando ao lado dos chinelos e do bacio. Comprimido pelas mantas: uma com
estampados, uma manta parece de onça, outra é seca e pesada como um cadáver de
camelo, a mais de cima é azul e branca como um azulejo do sec xvi e em meus
febris delírios pós almoço parece-me o mar vomitado da Guanabara em que
convalesco (valesca)(popozuda)em Lisboa:::::::ssss
Passava
todos os dias às 5 da manhã pela fachada colonial do estabelecimento prisional
de Niterói impecavelmente de branco vincado com os cornos bem esgazeados do
denso baseado. Passava com o cadenciado e o gingar dos ogã de calofé, dançava
por entre as bostas que os presidiários lançavam das janelas lá no alto e lia
nelas o futuro da humanidade.
Entrei no restaurant e pedi um peixe infernal a besta
mais bizarra das profundezas, chupei cada músculo da fera rubro negra e engoli
os olhos cegos da maldade, cortei-me ao passar o dedo nas presas afiadas, o
ambiente estava escuro e devorei as entranhas como um caldo fétido de
caranguejo esmigalhado;;;;;Porco aranha está na Lista de milionários da Forbes
chupamos e chupamos Mangaba e acedemos ao sentido da Morte e vida Severina
degustando integralmente até à espinha António sardinha.
Acordei subitamente como se tivesse ejaculado ou mijado e
vi que minhas roupas pegavam fogo, sorri-me para as estrelas cheio de
serenidade e levantei-me como se não tivesse peso, o vento marítimo avivava as
chamas que consumiam a minha roupa, sentia com felicidade um misto de calor
ardente e frio gelado quando meus pés se dirigiram e começaram a entrar
lentamente no mar, tateando a areia fria da madrugada, fui andando de cabeça
erguida respirando com todo o pulmão o ar da maresia, o vento afastava de mim
pedaços incandescentes da roupa que saiam voando pela praia iluminando as
anfráguas da falésia esquecidas pelo sol, ergui os braços em meia lua com o mar
já pela cintura e o fogo consumindo a minha cabeleira, dei-me por agradecido no
fundo da alma e mergulhei com suavidade nas trevas geladas do mar, senti o meu
ventre ondular ao sabor das mínimas dunas de areia do fundo e imaginei-me
atravessando desertos, deixei-me levar por tanta plenitude de bruços e
adormeci...