Paredes de betão cinza,
com nuances ferrugentas,
pessoas cabisbaixas moribundas,
ruas negras não aguentas.
Vais chorar em silêncio,
todas as mágoas deste mundo,
à janela arrebentas,
em pranto incontido profundo.
Atrás das nuvens não vês esperança,
lágrimas amargas dolentes,
no teu rosto estão quentes,
na alma cravada uma fria lança.
Desce a noite, morre a gente,
sem um sentido choros lancinantes,
já nada será como d'antes,
chuva morna diluiu as mentes.
Vasco Vides
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9.11.07
7.11.07
Não chores minha querida
Ontem houve disparos no Palácio da Justiça
vão prender o teu irmão
não chores minha querida
podemos fugir para Santarém
lá não nos vão encontrar
Chiça – Não vão – Acredita – Não há ninguém – Pára de chorar
– No fim tudo acaba por se arranjar
Vasco Vides
vão prender o teu irmão
não chores minha querida
podemos fugir para Santarém
lá não nos vão encontrar
Chiça – Não vão – Acredita – Não há ninguém – Pára de chorar
– No fim tudo acaba por se arranjar
Vasco Vides
1.10.07
14.9.07
Dissertação
Podíamos dissertar acerca das maravilhas,
dessa cria singular da gastronomia portuguesa,
umas mais entre o género das fêmeas,
a grandiosa, a doce, a grossa,
essa mártir frita no óleo – donde tira a sua força -
aquela fofa, alegria de manhãs domingueiras,
tentação mais forte das crianças,
a cheia e loira, levemente encarquilhada
querida fartura
faz-me chupar os dedos
e reclama sempre uma companheira
mal me roça o colo do estômago
Vasco Vides
dessa cria singular da gastronomia portuguesa,
umas mais entre o género das fêmeas,
a grandiosa, a doce, a grossa,
essa mártir frita no óleo – donde tira a sua força -
aquela fofa, alegria de manhãs domingueiras,
tentação mais forte das crianças,
a cheia e loira, levemente encarquilhada
querida fartura
faz-me chupar os dedos
e reclama sempre uma companheira
mal me roça o colo do estômago
Vasco Vides
Ela falava
ela falava e falava
diligência desenfreada
ribombando na plana pradaria
silêncio do meu sótão
Vasco Vides
diligência desenfreada
ribombando na plana pradaria
silêncio do meu sótão
Vasco Vides
11.9.07
Homo-Socialis
Chamem-me o prevaricador,
o mãos largas, o estranho,
afastem as vossas filhas
trocem do meu jeito
tranquem vossas casas
façam figas
deem-me essa glória
da consideração social
quero deixar memória
ter entidade judicial
ao passar por mim na rua
desconfie, reaja, estremeça
por favor não passe
com indiferença
Vasco Vides
o mãos largas, o estranho,
afastem as vossas filhas
trocem do meu jeito
tranquem vossas casas
façam figas
deem-me essa glória
da consideração social
quero deixar memória
ter entidade judicial
ao passar por mim na rua
desconfie, reaja, estremeça
por favor não passe
com indiferença
Vasco Vides
Melga
Deixei uma melga no meu quarto entrar,
Fechei-a cá dentro, irritado,
Chupou-me o sangue queria acasalar,
Morreu sozinha de cheio papo.
Vasco Vides
Fechei-a cá dentro, irritado,
Chupou-me o sangue queria acasalar,
Morreu sozinha de cheio papo.
Vasco Vides
1.9.07
Bati com a cabeça no cavalo
Bati com a cabeça no cavalo,
chutei o cão contra a parede,
pisei-lhe a cara indiferente,
dor de dentes ardente!
Raiva nas palmas das mãos,
fogo nos pés descalços,
abrasados no asfalto,
unhas arrancadas a quente.
Abro gritando o jornal,
ódio louco incontido,
rasgo as folhas e rebento,
as entranhas ao vento.
Sangue quente despedido,
insensatez em todo lado,
perco a calma sem razão,
e mando uma chapada ao meu irmão.
Vasco Vides
chutei o cão contra a parede,
pisei-lhe a cara indiferente,
dor de dentes ardente!
Raiva nas palmas das mãos,
fogo nos pés descalços,
abrasados no asfalto,
unhas arrancadas a quente.
Abro gritando o jornal,
ódio louco incontido,
rasgo as folhas e rebento,
as entranhas ao vento.
Sangue quente despedido,
insensatez em todo lado,
perco a calma sem razão,
e mando uma chapada ao meu irmão.
Vasco Vides
29.8.07
Rock Agressivo
Corres em espirais escada a baixo
espremes-te por tocar o vórtice
velocidade cega
desaparece tudo num ápice
numa ânsia sôfrega de superação
aniquilamento fundido num raio
motas e carros rua abaixo
fuga louca sem travão
raios de luz na cidade
velocidade fria em explosão
Ramon de barba cerrada
criminoso sem esquadra
violento na rua à noite
bairro islâmico calor violento
olhos cerrados em sofrimento
esta bomba vai rebentar
Vasco Vides
espremes-te por tocar o vórtice
velocidade cega
desaparece tudo num ápice
numa ânsia sôfrega de superação
aniquilamento fundido num raio
motas e carros rua abaixo
fuga louca sem travão
raios de luz na cidade
velocidade fria em explosão
Ramon de barba cerrada
criminoso sem esquadra
violento na rua à noite
bairro islâmico calor violento
olhos cerrados em sofrimento
esta bomba vai rebentar
Vasco Vides
28.8.07
Festas perdidas no centro da Europa
Festas perdidas no centro da Europa
danças por dollars no meio da floresta
homem-zangado, urso-estoirado
barbárie sem qualquer beleza.
Passam semanas e meses
sem verem a luz do sol
acendendo charutos com notas a arder
infernos na terra regados em álcool.
Vasco Vides
danças por dollars no meio da floresta
homem-zangado, urso-estoirado
barbárie sem qualquer beleza.
Passam semanas e meses
sem verem a luz do sol
acendendo charutos com notas a arder
infernos na terra regados em álcool.
Vasco Vides
31.7.07
Rock_11
A casa de baixo transpira porcaria,
Vários cheiros nojentos ao longo do dia.
Gritos estertores toda a noite.
E eu aqui com vontade de me juntar à festa!
Dejectos transbordam cá para fora,
A escumalha não pára de entrar.
A degradação moral é bem patente.
E eu em pulgas para me perverter!
Vasco Vides
Vários cheiros nojentos ao longo do dia.
Gritos estertores toda a noite.
E eu aqui com vontade de me juntar à festa!
Dejectos transbordam cá para fora,
A escumalha não pára de entrar.
A degradação moral é bem patente.
E eu em pulgas para me perverter!
Vasco Vides
25.7.07
mais um sonho em pijama
Deixa a viagem seguir como mais um sonho em pijama.
É sempre a mesma batida.
A mesma sujidade nas rias,
pavilhões de indústria abandonada,
palácios gastos diluem-se no rio,
como a cidade ideal esboroa-se do infinito.
Vasco Vides
É sempre a mesma batida.
A mesma sujidade nas rias,
pavilhões de indústria abandonada,
palácios gastos diluem-se no rio,
como a cidade ideal esboroa-se do infinito.
Vasco Vides
24.7.07
Abusos de Prazer #3
Coço em torno da borbulha ao de leve,
Vou espiralando até à borda da melgada.
A carne pede mais e as unhas vão cravando,
Sempre em torno da vermelha.
Cada vez melhor a sensação,
Toda a perna rejubila de alívio.
Um frémito de prazer atravessa-me a espinha,
Resfolego na cama com paixão,
E cravo a unha no inchaço até ao sangue.
Vasco Vides
Vou espiralando até à borda da melgada.
A carne pede mais e as unhas vão cravando,
Sempre em torno da vermelha.
Cada vez melhor a sensação,
Toda a perna rejubila de alívio.
Um frémito de prazer atravessa-me a espinha,
Resfolego na cama com paixão,
E cravo a unha no inchaço até ao sangue.
Vasco Vides
Rock_10
Caí desajeitado no meio do Chiado,
As crianças loucas riem escarninhas,
Passam por mim trabalhadores apressados,
Rastejo na calçada desgraça minha.
Em desvario rebolando até ao rio,
A vertigem não me deixa ter em pé...
Vasco Vides
As crianças loucas riem escarninhas,
Passam por mim trabalhadores apressados,
Rastejo na calçada desgraça minha.
Em desvario rebolando até ao rio,
A vertigem não me deixa ter em pé...
Vasco Vides
Agora envolve-me no teu abraço
Agora envolve-me no teu abraço,
Sufoco com o peso de veludo, denso do teu corpo,
Choro de felicidade,
Ao ferires os meus defeitos.
Preciso que me empurres para o carreiro certo,
Puxa-me com a trela para não fugir.
Vasco Vides
Sufoco com o peso de veludo, denso do teu corpo,
Choro de felicidade,
Ao ferires os meus defeitos.
Preciso que me empurres para o carreiro certo,
Puxa-me com a trela para não fugir.
Vasco Vides
sempre o achei estranho
sempre o achei estranho
até um bocado fraco
e ela que eu sempre vira cheia de garra considera o um herói
e contou-me a história dele
é extremamente triste e não há dúvida que se portou com
valentia.
eu é que ainda pouco sofri.
custa-me amá-lo sempre foi um pouco bruto
e no entanto daquela vez
em que precisei do seu apoio
ofereceu-se com prontidão
ao pensar nisso ainda choro.
e ela sempre tão forte
chorou como uma mulher
quando lhe disse que eu ia morrer.
Vasco Vides
até um bocado fraco
e ela que eu sempre vira cheia de garra considera o um herói
e contou-me a história dele
é extremamente triste e não há dúvida que se portou com
valentia.
eu é que ainda pouco sofri.
custa-me amá-lo sempre foi um pouco bruto
e no entanto daquela vez
em que precisei do seu apoio
ofereceu-se com prontidão
ao pensar nisso ainda choro.
e ela sempre tão forte
chorou como uma mulher
quando lhe disse que eu ia morrer.
Vasco Vides
20.7.07
Rock_9
Bom bpom bum bom
Fomos vários de braço dado avenida abaixo,
Partindo todas as montras!
Estamos fartos dos filmes do canal dois nos Sábados à tarde,
Mergulhamos doidos no tejo frio e poluído,
Como os nossos pensamentos revolto.
Cada vez mais fundo,
Piruetas e bandas de tamboretes na 24 de julho num dia de chuva intensa,
Já vejo o Chiado a arder.
Ahhhhhhhhh!
Salta salta pula pula bata bata,
Os velhos com cartazes encafuados ,
na rotunda do Marquês em dia de calor à hora de maior trânsito.
Os polícias divertindo-se no Mac do Colombo bebendo laranjadas.
Gritam pretos no centro do círculo de São Bento,
Portugal é nosso.
Enquanto o segurança de Badajoz os controla através da vídeo-vigilância.
Abraço-me num pico de loucura a todas as árvores do jardim
Constantino - por favor não se vão embora.
Os miúdos do Camões mastigam vidros e o sangue
das suas gengivas descarrega-se no autoclismo do presidente da câmara.
Que raiva raiva!
Quem é que ligou às minhas tias?
Pensei que a festa era só para jovens...
Saiam daqui!
Mete-te em todos os becos e grita urra e chia!
Arrasta os cães pelos pêlos e chuta todos os cagalhotos que encontrares,
E quando acordas hummmmm...
Que cheirinho a sopa de feijão.
Vasco Vides
Fomos vários de braço dado avenida abaixo,
Partindo todas as montras!
Estamos fartos dos filmes do canal dois nos Sábados à tarde,
Mergulhamos doidos no tejo frio e poluído,
Como os nossos pensamentos revolto.
Cada vez mais fundo,
Piruetas e bandas de tamboretes na 24 de julho num dia de chuva intensa,
Já vejo o Chiado a arder.
Ahhhhhhhhh!
Salta salta pula pula bata bata,
Os velhos com cartazes encafuados ,
na rotunda do Marquês em dia de calor à hora de maior trânsito.
Os polícias divertindo-se no Mac do Colombo bebendo laranjadas.
Gritam pretos no centro do círculo de São Bento,
Portugal é nosso.
Enquanto o segurança de Badajoz os controla através da vídeo-vigilância.
Abraço-me num pico de loucura a todas as árvores do jardim
Constantino - por favor não se vão embora.
Os miúdos do Camões mastigam vidros e o sangue
das suas gengivas descarrega-se no autoclismo do presidente da câmara.
Que raiva raiva!
Quem é que ligou às minhas tias?
Pensei que a festa era só para jovens...
Saiam daqui!
Mete-te em todos os becos e grita urra e chia!
Arrasta os cães pelos pêlos e chuta todos os cagalhotos que encontrares,
E quando acordas hummmmm...
Que cheirinho a sopa de feijão.
Vasco Vides
Entre o ódio
Entre o ódio e a inveja que lhes tinha
Vi com deleite que uma alma querida
A eles se entregava
Não para mim não queria
Mas para ele....
Que alegria
Vasco Vides
Vi com deleite que uma alma querida
A eles se entregava
Não para mim não queria
Mas para ele....
Que alegria
Vasco Vides
18.7.07
Rock_8
Néons rasgando o céu, a minha mulher é a melhor venha conhecê-la,
Crianças na tv apresentando o noticiário,
Supermercados de inutilidades,
Alguns chorando pelos cantos querem o fim do mundo.
Venha conhecer o prazer mais recente do nosso estabelecimento,
Morte arrastada pelo vento ,
Mentirosos aplaudidos na praça pública correm nus,
Quando virá o fim do mundo?
Gordinha do basket vai fazer-me feliz,
Banhinhas fofas e pegajosas,
Sida, sida, nos seus lábios
Não interessa só quero a diversão imediata.
Vasco Vides
Crianças na tv apresentando o noticiário,
Supermercados de inutilidades,
Alguns chorando pelos cantos querem o fim do mundo.
Venha conhecer o prazer mais recente do nosso estabelecimento,
Morte arrastada pelo vento ,
Mentirosos aplaudidos na praça pública correm nus,
Quando virá o fim do mundo?
Gordinha do basket vai fazer-me feliz,
Banhinhas fofas e pegajosas,
Sida, sida, nos seus lábios
Não interessa só quero a diversão imediata.
Vasco Vides
Sou o Rapaz
Sou o rapaz da terra das sombras.
Poemas de paixão que não dizem nada,
Palavras bonitas coladas pela sua beleza.
Sou uma besta de merda,
Poemas de rua assentes no macadame,
Palavras negras cravadas na realidade.
Mário Moscva
Poemas de paixão que não dizem nada,
Palavras bonitas coladas pela sua beleza.
Sou uma besta de merda,
Poemas de rua assentes no macadame,
Palavras negras cravadas na realidade.
Mário Moscva
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palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...
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