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15.12.10

Sepultados no Jardim das Traseiras 4

Enchofre   Alcachofra
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O Verão impiedoso sangra da sua jarra
imperial sobre os adolescentes
que vagueiam no bazar
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o teu cabelo e o vestido são um só
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sabes que azedam as memórias se expostas ao ar
guardadas em cave fresca constroem história
"e um povo talhado no profundo silhar"
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Um mosquito no olho pode ser dos diabos
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Baixinha, sobrancelhas finas e compenetradas e olhos profundos como a carne das ameixas. Não que os tivesse visto frente-a-frente mas assim os imaginava.
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Desenho a posição das paredes que hão de ser a casa com um prego na terra seca.
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Os talheres dançam esquecidos no lava-loiça
Todos esqueceram a sua função e dançam
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Mãos a cheirar a marisc’alheio
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PS - Não fiquem só a olhar um dia ainda quero ganhar dinheiro com esta merda. 

Pisco Sawyer

Sepultados no Jardim das Traseiras 3

Alces grosses
Frazes noces
    ___
Amorfo espinhudo longo
Distinto pesa sobre a paisagem
    ___
Regressão após regressão somada
O atraso da pessoa, do animal
A inversão da marcha
Estagnada
    ___
O ensoleiramento que nos arraiga que nos assenta

   ___
Pisco Sawyer

Sepultados no Jardim das Traseiras 2

Durante a procissão o teu olhar é arrastado pela rola esvoaçante ou pelo cão maltrapilho e enquanto bates no peito reverberam na memória as ondas dum Verão passado.

Pisco Sawyer

Sepultados no Jardim das Traseiras 1

Foi uma noite de vivos
Aquela em que me dei à luz
No último quarto da torre da Isolação
Dois funcionários aguardavam à porta
O meu velho eu desceu ensanguentado
A cascata de água que todo o ano
Escalavrava a empena da torre.
Nasci São numa sala de sal e sangue.
Fui atormentado pelo meu velho eu
Durante a infância, visitava-me durante
A noite e nas tardes de delírio de Verão

Pisco Sawyer

Convento dos Capuchos

palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...