No calor da noite desértica,
geme a velha aldeia,
já só cá mora uma velha,
e a sua bela neta.
Árvores gritam desesperam,
com tamanha beleza á solta,
a velha chora ao pé da fogueira,
a criança salta fresca na ladeira.
Quem a viu não voltou para contar,
morreu de febre e calores de amor,
a velha já foi como ela,
agora é seca e negra.
Olhos negros de ameixa,
ondas gordas de cabelo sedoso,
saia leve de linho puro,
nariz empinado passo seguro.
Sua avó não quis morrer,
ao ver tamanha beleza,
chorou pegou numa faca,
furou o olhos de dor.
Zé Chove
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