1.9.07

Bati com a cabeça no cavalo

Bati com a cabeça no cavalo,
chutei o cão contra a parede,
pisei-lhe a cara indiferente,
dor de dentes ardente!

Raiva nas palmas das mãos,
fogo nos pés descalços,
abrasados no asfalto,
unhas arrancadas a quente.

Abro gritando o jornal,
ódio louco incontido,
rasgo as folhas e rebento,
as entranhas ao vento.

Sangue quente despedido,
insensatez em todo lado,
perco a calma sem razão,
e mando uma chapada ao meu irmão.


Vasco Vides

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