10.9.07

Soneto Industrial

A frieza da modernidade de outrora,
na antiga fábrica abandonada,
foi acamada por tufos de viçosa flora.
A estrutura permanece intacta,

em vez de vidros tem pombas,
pintura de verdete e ferrugem.
Interior arrumado por bombas,
almas rangem, estalam, plangem.

no escuro suspiram cadavéricas,
as máquinas em silêncio,
por mais oleadas décadas.

A fachada mantem vetusta imponência,
a nave sem carnes é esquelética.
Sinto conforto nesta digna decadência.


Zé Chove

1 comentário:

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