Todos os porcos
comemos da mesma malga
foçando todos à uma
com estrépito e fúria
confusão de corpos
grunhidos
estardalhaço e rebelião
sombra densa da pocilga
um suíno abrutalhado
esfacelou duma tranchada
meu focinho
gritei como um humano
o sangue jorrou escuro e quente
empapando a ração
toda a vara em alvoroço
vibrou gulosa
varada com o sabor do sangue
e lançou-se em estrepitosa cavalgada
sobre o meu corpo estarrecido
gritei apavorado como um homem
Zé Chove
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