16.1.08

Spazzatura II

A inobservância dos rituais conduz à lassidão

Danças com equilíbrio das tranças
estão os músculos em tensão
o contraste do negrume e os flashes
e posas toda a sensualidade sobre as botas
estático suspenso no teu olhar enigmático
Frenético frémito eléctrico

Música prós fachos
lailarós

Agobiado
“Chora sobre o meu ombro. Confessámos.
E mais certos de nós, mais um do outro,
mais impuros, mais puros, nós ficámos.”

Todas as noites sai à conquista do mundo
evolada mansamente das águas mansas do mundo
a neblina esconde tudo num torpor profundo

Lábios plúmbeos
bombeando o sub-bass
undertones sob a lama
bubbles

Flávia você não falha
é flecha de folha e farpa aguçada

Oblongas nuvens sem fundo
onda a banda dumb abandona a monda
passam Almonda e a Brandôa
uma bimba bambola a bunda
bondade e alabanza
lambe o fundo do balão de brande
laudanum furebundo
embate brandamente a onda ao fundo
and bend down oh obnubilado
Ana não sondas o anel
no meu anelar?
não te lembra nada?

“Com asas quer ele, como com chamas,
ficar diante da tua face sombria
e quer, à luz clara delas, ver
se os teus cenhos escuros o condenam.”

Visitou-me o mafarrico
em sonhos
sentado no escuro do passeio à chuva
adensou-se com um sorriso
que alentou a minha vontade
de certeza confiante

Tentei fixar o seu rosto
já só lembro o esgar
a normalidade pacata
o piscar do olho
quando me viu a afogar

“Dá-me, ó meu Deus um temor filial, que me faça reagir!”

A máscara do leproso
não lhe disfarça o fedor
cipriotas-agiotas-poliglotas
queimem as gaivotas

Wash my back
avec savon de marseille

Zé Chove

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