19.3.08

Decadência Urbana

De noite perseguido no
escuro pelo marulhar indefinido
das avenidas.

Lembranças que passam sem
deixar rasto mas
sujam o fundo dos ouvidos até
à insensibilidade.

Dispersos arrabaldes que
fogem à cidade mãe e
dormem à noite,
cada vez mais longe, filhos
dispersos, até ganharem
independência lá ao
longe onde criam as
suas próprias histórias.

Do ar vê-se: escondem-se nas
matas fronteiriças.

Triste da alma arrombo o
primeiro chaço que encontro,
decompondo-se com
um murmúrio surdo debaixo
de um velho lampião intermitente.

Zé Chove

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