15.4.08

Noite Profeta

Da minha cabana
de madeira velha
através da porta aberta
oiço a mata que clama
através da noite profeta

está fria e escura
não se vêem as estrelas
as urzes transpiram secas
onde os mochos ululam
numa noite profeta

a cabana é sempre meu caixão
e lamenta toda a floresta
e através da porta aberta
amortalha-me em escuridão
nesta noite profeta

Zé Chove

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