Sou guiado como um cão pela trela
Forço para fuçar nas lamas e poças
Resvalo na calçada e como a erva
Furiosa besta de imensa força
Com a delicadeza de fêmea esbelta
Dirige-me mão firme com a destreza
Do indiano que guia o elefante
Porta-aviões nas unhas do comandante
Mas fui eu que me entreguei afinal
Farejei a eternidade numa gamela
Podengo abanei a cauda submisso
Ai se agora sou mais animal
E tento alargar o compromisso
“Meu anjo não te me largues a trela”
Lúcia
8.7.08
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