10.9.08

Memórias do Sanatório

oh sombrio Sátão
oh colorido Dão
encantam-me os sons
de vossas águas
mas não mergulho não

entre vales abruptos de granito
2 pontes entre nós e o infinito
fluem os dias fluem os rios
num ritual antigo

fluem aulas
escorrem as palavras
os risos e alegrias
o sol varre as sombras dos dias

e contemplando à hora do terço
os mistérios de tanto esplendor natural
os carvalhos os penedos
pássaros e insectos
e nos perdemos
na espiral
duma teia duma aranha desenhada
na abóboda celestial
poderíamos ser tentados
a pensar que de ano para ano
está tudo igual está tudo igual

e ensonados nos banhamos entre dois rios
o filosofia e o teologia e há quem fale ainda do pavia
emersos num turbilhão de conceitos
flutuamos entre emanações de imanentismo
e mergulhamos nas profundidades do ser
e quase já sem ar
os pulmões oprimidos de tanta excursão
os membros cansados de tanto rir
despertamos cada um na sua terra
com uma doce canção nos ouvidos

oh sombrio Sátão
oh colorido Dão
ss águas passam
mas o sonho não

Orlando Tango

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