O azul corcel esbaforido
Transvaza o seu leito
As mil poças os mil tesouros de brilho
Malárias litanias
O vinho nunca é pálido
Sempre grita o espírito
Que a batalha lhe corre nas veias
A voz perturbada
Dum velho sobreiro
Gritos ecoam na pétrea biblioteca.
O peixe
O monstro marinho
Cego e cruel
Estevas odres mosto
Chove em alaúde
Adensa a bruma
Nas clareiras do tumulto
Do húmus insepulto
Humano bafio húmido
Nichos de viva treva entre as trevas da abóbada celestial
Habituados a beber o fel que lhes vem à boca
Vitrais de luz funérea
Ogiva de cristais
Sinos longínquos e construções de madeira rangendo
Abandonámos nossos ossos insepultos
Impelidos por inominável latência que nos ebulia no sangue
Destinge sonho
É preciso abalar a terra (os túmulos)
E desenterrar os mortos
O Cavername roído pelo mar das trevas
A noite como uma camélia gelada
A abóbada da noite
Do tamanho do silêncio
“mensurada só pelo silêncio”
A gota de vermelho – açafrão que
Tinge toda a água
Orlando Tango
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