Revela-se o navio.
Libertas por fim da agonia
Dos cabos respirem
As velas com um silvo.
Do fogo opresso pela vergonha,
Toda a musculatura comprimida
Brota desperta por uma visão de primavera.
Os dedos tremem com um impulso
Irreprimível mas sem objecto.
O peito, profundamente matutino,
Grita como a águia esfomeada.
Os pessegueiros afloram às maçãs do rosto,
E em fonte inesgotável lança-se dos olhos
A alegria-delicadeza com um travo de sangue
Que pela saliva se expande.
Mário Mosca
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