Compartimentos vazios
Tinta branca de areia
Chão de tacos húmidos
Halogéneo nas lâmpadas
Corredores mais corredores
Sons fechados:
Os meus passos,
As traças excitadas
E um estranho rumor de gerador emparedado
O tecto é baixo
E sufoca a solidão
Asma respiração
Sinto-me demasiado perto
Porquê continuar?
Não têm fim os meus passos
Neste oco labirinto
O meu corpo cresce
Torna-se desmesurado de tudo é medida
Detesto o meu vulto
A sua omnipresença desconfiada
E tento humilhá-lo
Vergo-o e cuspo
A redenção não virá
E mordo-me em confirmação
Da verdade
Lúcio Ferro
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