16.10.10

Poker de Caveiras

I
O entalhe da veia
O engrossar da pálpebra
O crâneo cheio de terra
A púrpura gananciosa
O incómodo exíguo
Do caixão de madeira

II
O que é que podemos demolir já?
Efectivemos as extremidades
Rasguemos já as trincheiras
Da nossa raiva em que o ódio
Flua

III
Masmorras de família em que entram de joelhos
Trilhos nas planícies
De agrura dia-a-dia
Perdidos pelo vento reflexos
De caveiras na sopa de grelos

IV
Bocejos sobre as mesinhas de cabeceira
Os teus gestos de coveira
Envolves-me na tua terra

Lúcia

Sem comentários:

Enviar um comentário

Convento dos Capuchos

palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...