As botas escorrendo mangue
nos pulsos lama e sangue
àguas mornas e barrentas
manhãs de bolor, tardes lentas
meu cheiro afasta o gringo
como se eu fora leproso
mas a mulher c’oa janta pronta
me agarra e beija gostoso
e a terra é tão mole
junto ao nosso rio
que se abrem as covas
e os mortos voltam à vida
e o siri branco de chuva
alimenta o povo como hóstia
e a gente que reza no mangue
apesar do cheiro tem alma pura
Sôr Flamengo
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