16.8.11
Perseverança, preserverança, preseveransa, preceveranza
Não desisto de escrever embora agora ande mais vigiado e tenha de ser mais vigilante.
Vou anotando as minhas raivas num bloco de notas do windows durante o expediente.
Acho que já podia ser um escritor consagrado se não fosse a porra da exigência de um trabalho que me sustente na dormida e na bebida.
Domínio das palavras não me falta. Originalidade e até um certo psicadelismo perturbam-me amiúde. E experiências chocantes estão guardadas na minha coleção de vhs.
custa-me concentrar o discurso numa só história, mas nos dias que correm o zapping é quase tão certo como pôr o pijama ao chegar a casa.
as pessoas andam baralhadas e não têm concentração suficiente para. alto chega de teorias. O amanhã apresenta-se granitoso. impenetrável e frio.
não tenho medo, apenas indiferença. Não tenho forças para me preocupar.
Como o escrevo se torna imune ao estalar do chicote, assim prossigo de cabeça erguida perante as burocracias que me assaltam como pássaros assassinos sem medo de preencher mal os dados relativos ao agregado familiar.
Manel Bisnaga
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