16.5.12

posurbano pseudoimigrante com um pezinho nas pistas de dança


os ban a delapidarem o bowey
e os heróis do mar a cravarem em não sei quem

dá me um ideal
meio arraçado
dá um ideal
de cigano

não engraçado
dá-me um abano
escorraça-me do país
põem me num chaço

dá-me um abraço
e despacha-me pra outro país
esta crise não se aguenta

vou sair de boteco em boteco
refazer os nossos passos

deixa-me surdo
deixa-me surdo
por um segundo
deixa-me surdo

entre os tanques de sangue do mal
caminho de postos no sol lá no alto
de ficar da sua luz não tenho temor
guia os passos faz me ir até ti Senhor

Cague de procurar um país para morar
nuns dão-me trabalho e despesa
noutros não me dão nada
brasil, macau e dubai, angola ou dinamarca

sensação de aperto uma vez mais sem grana
aperto o cinto já todos os ossos sinto
onde outrora corriam sonhos agora só vejo problemas
e tento em vão socorrê-los mas eis que se afogam
em mais uma caneca de cerveja

deve ser isto a idade a adulta
um desejo de comodidade uma vida sem necessidade
quem me dera aposentar-me e não ter de pagar a conta

mas por todos os lados me chulam
não aguento mais a afronta
vou mergulhar na próxima onda
vou fugir mar adentro

cada passo mais um pedaço
de carne cai no asfalto
deste caminho sem esperança
deste futuro sem brilho

um dia acabas os estudos
e no outro já tens um filho

chamem a polícia dos trabalhadores do comércio
foi uma referência no último trabalho dos Franz Ferdinand

se quero te fazer leve
ergo-te pelos calcanhares
elevo-te

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