Eu moro lá no alto da babilônia
entre ruas estreitas onde se perde a
memória
os sons dos vizinhos cada vez mais próximos
os conhecidos vão entrando sem cerimónia
Tanto aperto ameaça meu pudor
zonzo do ziguezaguear das ladeiras
o almoço, o sol da tarde, afogam, torpor
o som da cidade ao longe e o zumzum das
varejeiras
ando em pé mas durmo já esta sesta
cada passo um peso nas pálpebras que se
fecham
cada passo mais alto e do sol próximo
afasto a paisagem e bebo sôfrego a sombra
da entrada de casa um sofá de favela
estirado entre morros de preguiça bela
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