10.8.12

entrondas


entre ondas d'internet não avistei
tanta fermosura da feminina
como a que um dia encontrei
naquele reflexo de luz e menina

que me cegou à beira desse lago
sonho debaixo da oliveira acordado
numa aparição assim tão singela
com a água beijando o tornozelo

não havia ondas na visão
só a moça de fones nos ouvidos
mas numa tempestade encapelados sentidos

cresciam em bravias ondas rebentando no peito
e arrepanhando a carne do pescoço
afogavam-me no lago

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