19.8.12
túneis e poços
Túneis descendo húmidos
de água podre e limos,
recônditos medos
eternamente suspeitos
que surgem no caminho,
vapor de lamaçal imundo
homem interior que esmaga
na mó do seu moinho sonhado
vivas criaturas dançando
na corrente do rio em sangue
E o leito do rio há pouco morto
transpirava a cada lamento nosso
um bafo de lama húmido de mofo
do monstro negro escondido no lodo
entre árvores uma neblina escura
rasgada a medo com tremuras
em busca da luz cada vez mais funda
coada entre brumas, frio crepúsculo
sobre os limos secos em passos lentos
tristes se afogam nossos pensamentos
na manta morta que a noite sepulta.
mergulha no poço
meu filho
que eu fecho a tampa ao teu vazio
tijolos unhas e choro
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