1.7.13

leite adolescente

Ele dançava dando dois passos com o esquerdo e dois com o direito e estocava os indicadores como se contasse os passageiros de um onibus depois da parada para xixis umdois tresquatro se esbarrava com alguém apontava para o céu umdois fechava os olhos com sentimento e piruetava noutra direção puntzpuntz a noite toda mamando daikiri colas como um elefante furibundo e guloso. por vezes no passo quaternário mimava uma bufinha empinando ligeiramente a peida "bumbum/ aqui estou /arregaça a manga/ e lá vou eu" claro que eram trejeitos meio abichanados mas a sua vontade era só a de beijar uma garota. várias chamavam a sua atenção e com todas elas fantasiava ou por causa do rimel preto que dava algum mistério ou talvez por uns collants malha larga ou um sorriso com covinhas ou um decote suado ou porque lhe parecia que duas meninas falavam de si e dançava frenético como se fosse um ritual tribal convencido que o seu êxtase, a sua vibe se transmitia a quem passasse e contagiava. Interiormente emulava diálogos com garotas sem nunca ter arriscado um oi. por ele podiam arrancar-lhe beijos sem ter de dizer nada mas isso nunca aconteceu. voltava para casa de táxi, comia uma torrada com o pullover a cheirar a bedum fumado arrotava e peidava como se tivesse carcomido de ácidos e os olhos ardiam como tochas. batia uma pivia no lavatório para baixar a tensão e adormecia a sonhar com jogadas de futebol "gingo à esquerda, ligeiro toque à direita, defesa queimado tapando o ângulo de visão do redes e finfa chupa lá para dentro com violência e adormece... esse estágio de pré crisálida pode ter se arrastado por uns 6 anos até que numa festa de carnaval deu uma bimbada num despojo etilizado e dai em diante aprendeu a caçar e cansou-se do daikiri enjoou das coisas doces e fáceis engrossou a voz e tomou o gostou por marretadas nos colhões...

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