22.11.13

das razões de não mais profetizar

As ondas agitam-se debaixo do cais com o aproximar da barca não dá para perceber a profundidade da água um cheiro a podre liberta-se da escuridão e a ponte metálica chia como se pelo impulso das ondas serrassem um pescoço metálico os cabrões dos mexilhões são rijos como granito e estraçalham o que lá roçar seja a pele dum cachorro flutuando morto, uma árvore ou uma quilha de aço, tudo sai esfianpado e diminuido
Nesta noite de lua cheia em que o mijo infeta as paredes do porto e as ratazanas se banqueteiam com os despojos dos despojos nao profetizo nada porque o mal ja esta todo diluido nas aguas do rio e a lixivia biblica foi bebida pelas gretas dos pés desamparados.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Convento dos Capuchos

palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...