19.3.14

Cabras

Cruza a soleira trazendo os caminhos de terra na barba
os olhos cegos da violência do sol esquecidos do que é sombra
é do sertão pó e corpo de vaca magra
cornadura larga
teus cactus sugam já o petróleo da terra seca
quebra se o osso caem as estrelas

Bate outra vez
volto ao meu fim
simplesmente as casas se calam
quando ela passa sem graça
depois de uma noite sem fim
e a calçada se cala
silencia a cidade
numa paz combinada
para que ela chore por fim
é que remorso trabalha
só quando mundo se cala
e ela vai ver enfim que eu sempre estive aqui
e por cima do ombro
ela há-de ver ao virar da esquina
o meu sorriso magoado

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