19.3.14

Diamantes e Vidros

Acorda no peito dum cantor
onde entrou perfumada e distraída
ao som da flauta caribenha
 e dedilhados de guitarra
Venha sobre mim essa alegria
falsa que o governo enlata
é de sinteko
chão de boteco
em que me deito
e já viajo
parte-se o vidro
espalha-se a cachaça
que enchi a bilha e agora exala
meu coração de alegria
diamante rosa
futuca no baalcão
diamantes de esperança
Diamantes vermelhos
Brilhos na veludez da noite
Imagens de homens de vários locais
Argelino, marroquino, ganês
Figuras encapuzadas
Ladrões e penitentes
Sacas de diamentes
Aos rios dos céus lançados
De que nos adianta plantar se o teu solo é de baldios
maninhos de que adianta por ti puxar se nos recebes com patadas
às de viver dentro da casca das árvores de madrugada
sufocado na neblina dos lagos de remorso
um diamante em escorço
Vou sair à rua mascarado
não quero que me filem manifestando
o meu desgosto por você
porque você faltou com sua promessa
bato na testa bato na lata
sambo na rua sambo na escada
Põem te a jeito
deixa o meu coração entrar
nessa cama já fria
Sones e huapangos huastecas
Montes sobem e descem fazem a terra arfar
Amo quando alguém joga fora aquelas embalagens de cigarro
Piso a pastilha elástica e um fio rosa descreve a parábola desenhada pelo calcanhar da minha sandália
E a resiliência estampa-se perfumada e viscosa como a prostituição na calçada
Shadrach, Meshach and Abednego
Arrenego
Raspo os restos e nada levo para casa

Dark was the night, cold was the ground

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