Conheci
um pastor de trilobitas no Alentejo
Costumava
andar com elas em fila
Amarradas
uma atrás da outra com cordas
Pelo
sol esbraseador de asfaltos
Seguiam
de ventre esturricado e firme
Com
poses de marisco ancestral
As
crianças deitavam-lhes maçãs no caminho
E nos
dias santos o pastor deixava que as crianças
pegassem
fogo a duas ou três e era vê-las
trepando
às árvores em pânico gritando
como
macacos e incendiando os pomares
E eu
ali sentado no lagedo do lagar seco
Roendo
ameixas amarelas cagando-me de tanto rir
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