10.4.20

saudades de casa

Sinta o descer e o levantar

Tomates de laranja
Emplacar o cu da galinha
Foguetes é tiro na cara 
Topete de rasta com olhos 
Recitar com cabeça entre as pernas

 De línguas e delongas um suave amarfanhar

Se cruzam as pernas
Mordiscam as pontas
Dançam os rabos 
Rabiscam-se os cantos
Dum outro formulário

Cria-la dura
Tudo aspereza e rectidões

Soalho engastado a xixi de gato
Sofá pardo lume baço um século de arrendados
Costas arquejantes como o velho armário 
Tão asmático grossas memórias que expectora

As frestas só expandem a largura do frio
E conservam tudo na cárie mal escovada
E são as melhores histórias às da velha
Que me deixavam tão dependurado
Fábulas, consiglieri pedroso, ácaros flutuando no sol do sofá ao fim da tarde

És uma conquilha minha tarde de verão
Brilhas nacarina do azul aluvião
E sob um negro pilão de ébano te enfarinhas

Oh tantas lágrimas abafadas nos trópicos 
Da saudade 
Espalhem serradura na estrada 

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