26.9.20

Rugosidades

Sobes e deitas para trás o olhar mais largo

Como homem que o trigo lança de esperança

Constróis muros e armazenas o passado

Em talhas de penumbra vertes a obra

 

Decepas os galhos da árvore morta

Deixa-la sem forma lisa sob teus calos

Escorrega lhe a alma ao tronco sem casca

O remorso  aplana o passado  

 

Por isso me acolho nas covas de teu regaço oh terra

Sorvo as papas da malga torta de barro

Agarro-me e rumino nestes tristes pastos

 

De que adiantam paredes se a terra já está rasgada

Não te dissolvas bruma densa nuvem   e esconde meus covões

Manta de vergonha engole as desilusões

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