Cristaliza os padrões
Com que se partem as coisas
O gelo em que se quebra o vidro
As lascas dum tronco rachado
Os sulcos com que o coração é lavrado
E como fluem sobre as quebras os líquidos
As geadas sobre o veio granito
O trovão pelas nuvens caindo
Por entre os dedos o passado
E se há fogo, prego ou linha
No crisol ou ponta de agulha
Que ajuntam e conservam tantos pedaços
Não há choro baba ou ranho
Num colo, ombro ou abraço
Que arribem o corpo esgarçado
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