as gaivotas poisam no areal do teu corpo
fervente do sol de almoço
todas voltadas de bico ao vento
cegam-me de branco seus aquáticos peitos
uma ou outra exercita as asas no meio da multidão
quebra-se o esquadrão e volve-se a miragem
sob o calor das dunas evolam-se corpos
imaginam-se luas
as areias escaldam os pés descalços
ao longe o mar vibra de brilhos tão azuis os olhos
teus seios salgados de secos cactos
são desenhados de rastos de animais
exalam as rochas do paredão o mijo do sargaço morto
do marisco vivo da água parada nas covas
e as ondas do mar perpétuam-se no areal
no sopro esboçado do vento
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