5.9.21

Areais

 as gaivotas poisam no areal do teu corpo

fervente do sol de almoço

todas voltadas de bico ao vento 

cegam-me de branco seus aquáticos peitos

uma ou outra exercita as asas no meio da multidão

quebra-se o esquadrão e volve-se a miragem

sob o calor das dunas evolam-se corpos

imaginam-se luas

as areias escaldam os pés descalços

ao longe o mar vibra de brilhos tão azuis os olhos

teus seios salgados de secos cactos

são desenhados de rastos de animais 

exalam as rochas do paredão o mijo do sargaço morto

do marisco vivo da água parada nas covas

e as ondas do mar perpétuam-se no areal

no sopro esboçado do vento


Sem comentários:

Enviar um comentário

Convento dos Capuchos

palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...