15.9.08

Fiddler on the Roof - Far from the Home I Love

Oh, what a melancholy choice this is,
Wanting home, wanting him,
Closing my heart to ev'ry hope but his,
Leaving the home I love,
There where my heart has settled long ago
I must go, I must go, I must go,
Who could imagine I'd be wand'ring so
Far from the home I love
Yet there with my love, I'm home.

Situações a que já demos resposta:

Azulejos de casa de banho
Arrebatamentos místicos
Sarapilheira
333
sos terrestres
rosas frescas numa jarra
homos socialis
pesca no mar alto
coruja negra
ambientes místicos
camião em combustão lenta
Como tirar nódoas de sangue ressequido dos edredons
bálsamo de ostra
Toureiros vitoriosos
uma só folha de papel higiénico
Tangos russos
Bardonhe o grande badocha
Bresson sanita
Deusébio
Caril de merda
Fedorento, gato
Alho picado
Brando Apocalipse
La bonbonière dancing

A direcção do departamento

Pomos

Os pomos
De lógica polpa
Fibrosos
Fios onde me enleio e puxo
Talvez mude
O tom da pele a cor
Senão a mim
Talvez ao outro
Puxo com mais força
A quem exponho
Meus sumarentos gomos

Madalena Nova

11.9.08

Radiohead

Archivo de imagens #152

Toca-me

Anos sobre anos de casa em casa
Sem mover o pó que envolve as coisas
Entre salas silenciadas pela asa
Do segundo que toca mas não poisa

Vogam o horizonte os vagos olhos
Divisando desvendá-lo no vento
Mas se ele amaina e seu sopro perde a voz
Voltam costas em busca do momento

E os passos esses passos dão lhe vantagem
Atravessa as casas praças e ruas
Não sucumbe à paração do pensamento

Foge perdido sem cruzar ninguém
Emana em tudo quanto e quando muda
O inúmero imenso imuto imundo tempo

Zé Chove

10.9.08

Anagnorisis

mergulho no espelho
que reflecte o reflexo
aqui mais perto
o espanto do conheço
descoberto

inverto o espelho
do mergulho tão incerto
conheço o influxo medo
reflecte o nervo do conheço
encoberto
o espanto de te ter
tão perto

Lúcia

Requesitos do condomínio:

-construção
-profundeza psicológica
-carácter abstracto e geral da emoção

Beatles

Archivo de imagens #151

Memórias do Sanatório

oh sombrio Sátão
oh colorido Dão
encantam-me os sons
de vossas águas
mas não mergulho não

entre vales abruptos de granito
2 pontes entre nós e o infinito
fluem os dias fluem os rios
num ritual antigo

fluem aulas
escorrem as palavras
os risos e alegrias
o sol varre as sombras dos dias

e contemplando à hora do terço
os mistérios de tanto esplendor natural
os carvalhos os penedos
pássaros e insectos
e nos perdemos
na espiral
duma teia duma aranha desenhada
na abóboda celestial
poderíamos ser tentados
a pensar que de ano para ano
está tudo igual está tudo igual

e ensonados nos banhamos entre dois rios
o filosofia e o teologia e há quem fale ainda do pavia
emersos num turbilhão de conceitos
flutuamos entre emanações de imanentismo
e mergulhamos nas profundidades do ser
e quase já sem ar
os pulmões oprimidos de tanta excursão
os membros cansados de tanto rir
despertamos cada um na sua terra
com uma doce canção nos ouvidos

oh sombrio Sátão
oh colorido Dão
ss águas passam
mas o sonho não

Orlando Tango

Diálogos Íntimos

Aquele abraço
Aquele também para ti muito obrigado adeus

Filipe Elites

Romantic Lisbon For You


Cit - #23-a. odbl JM-1978- AD_DG

Jim Morrison

The program for this evening is not new
You've seen this entertainment through and through
You've seen your birth your life and death
You might recall all of the rest
Did you have a good world when you died?
Enough to base a movie on?

9.9.08

Inclino

Verifiquei vários versos de dez
Sílabas assentei-as sossegadas
Lado a lado alinhadas paralelas
Bastiões de xisto ferrugem lascas

Espartilhei a natureza em talhões
Ortogonais rasguei rectos caminhos
Forçando serras urzes aluviões
Lavrei a verdade em palavras minhas

Oh preguiça que afogas os desígnios
Semeias a discórdia no império
Vacinas o terreno de cizânia

Exangue me exijo sem jactância
Inclino contra as em forças declínio
Um homem morto de alma poeta

Nicolau Divan

The Deer Hunter - 1978

Archivo de imagens #150

28.8.08

Existencialismo Crítico

Dizer o que são as coisas?
Negar a existência?
A incapacidade da definição

Que nos diz o sol do ser das coisas?
Um vórtice branco em permanente movimento
Infuso nas coisas
Já na noite nem flúi o rio
Mas divido o vento segundo a segundo
E adensa-se o frio
E penetramos a água com nossos ramos
Vivemos materialmente vivos
Mas vemos nossos reflexos
Na superfície espelhada do rio

O azul guarda as margens do rio
Definha o risco em brilho curvo arisco
Suspiralívio o novo início
Gemendo

O galho que se partiu.

Zé Chove

Mais Meditação Mística

Entro o abismo branco e o abismo vermelho
Caminho na helicoidal fímbria que os mistura
Desisto de andar resplandeço de tontura
O silêncio de ouro encharca-me de medo

Filipe Elites

Those were the best days of my life

Wittgenstein

Oi de mim!

Afasto o ombro à trajectória
Do velho em peito cheio que sai de mim
Se vou falhar encolho os olhos
Afasto meu bafo afoito se mofam de mim
Tenho a auto-estima escatimada só
Pelos escolhos da vida em mim

Nicolau Divan

Pensamento Moral

Agoniza envolta em transparência
A transparência vertiginosa da aragem
A da água que agudiza o gume
Que divide alma em lento lume

A neve é penugem que geme sob os meus pés
A flébil superfície moral
É emulsionamento do espírito

O gélido gel cristaliza o frágil gemido
Melodioso de melífluo mel flutua mole na libido
(palavra feminina?)
Abstraia a mosca do maldito caramelo
Mas não a mate
Tenha vergonha abstenha-se
Destilado em tanta clareza
Talvez seja divisado

E aliado da civilização te enleio
E escondo gemendo como as gentes
E bento me sinto iludindo transparente

Lúcio Ferro

Konrad Lorenz

Éden

Também somos esse Gan
Não tem de correr a fonte
São necessárias as árvores de fruto
A fonte ao centro do jardim murado
Ínflasse a analogia
Transborda a realidade do cálice
Enche-se de aromas o jardim

André Istmo

CIT - 23 - ELIOT

Where is the wisdom
we have lost in knowledge?
Where is the knowledge
we have lost in information?

T. S. Eliot

27.8.08

Manifesto Incompleto

Emulacionismo
Poesia-sucedâneo
Flébil

Assenta sobre o cosseno da sapiência

Superfícies

A rosa roda volteia gira e afunila
A roda a moda
As essências o ouro
O diamante
A carne ao abrir a porta
O luxo o relógio
Segundo o belo
Não serve de nada
O dinheiro o fresco
Montra de superfícies
A pela a marta a água o rímel
É tarde é tarde a sociedade
La suciedad
A novidade
Conjuro o requinte
O tesouro a foto a foto e a foto
Seguinte
Desmedidamente no mundo me afundo


Madalena Nova

Pink Floyd

Arrebatamentos Místicos

Guardo o brilho latas e vidros
Num recanto resguardado na estante do meu quarto
Na escuridão escaravelho descanso cego
De ânsias com ânsias de criança anseio
O recorte a sorte aquela parte
Da tarde em que o sol mais arde
E a sua saia saraiva de esguelha e espalha
Faíscas esfiapos faúlhas e farpas de luz
Aplanando os planos banhando as paredes de branco
E num momento a sombra dos recantos
Do meu recanto empurra
Trespassa de cor e água as vidraças
Gonzos espalhados de anjos tantos halos
Reflectidos nas garrafas frias
E grossos frascos de gelo frácteos
Explode um lago em sol fulmina a fonte de fotões
Festa alegre flores festões
Rendas de luz em folhos molham as sendas
Emersos frondam os olhos submersos
De lágrimas fisiológicas incontidas patológicas
E um sal de sol aguado na saliva
É onda profunda mandriona
Afundado num edredon
O peito de ser em vento satisfeito
Vento de lento alento acalentas o pranto
Pronto vento que arejas a areia da praia
Com sopradelas desmazelas os cabelos das donzelas
Ouves e escondes nas florestas as conversas
Impetuoso imperas à chuva imensa
Enfunas os vestidos no estendal e amparas as aves contra o sol
Varres oh vento as folhas às árvores
Vagueias as veredas os verdes vales
Desvendas verdades enfunas a densidade
Crivas de raiva o rochedo na sua vaidade
Investe e reveste de vigor o teu servo

E vinga oh vento a valsa da minha vontade

Paulo Ovo

Cavadelas

Entre a hifenização do indivisível
Ou a proposição entre aspas
Dos artigos artilhando artigos
Ou a semeadura de sinalefas
Nas traseiras da folha
Tudo cavadelas estéreis

Encetei sete letras a ponta de seta
Na retina-opalina do olho menina
O nome-monumento o santo monte
Fluiu sangue água e sal eflúvio da luz do sol
Dei à costa a palavra

Nicolau Divan

Canzonetta

Um peito de ser todo sol lamento
O incremento em ouro do teu beijo
Suspiro um pó que traz eterno
Adorna a seiva o puro lírio

Lúcia

Convento dos Capuchos

palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...