27.6.07

Amor

Ninguém à nossa volta. Uma revolta interior que vamos alimentando... Oh que bom, ou melhor que boa é a incompreensão. O Senhor chama-nos sempre é como um Pai.
À medida que me aproximo do mar é como se senti-se o corpo flutuar. A humidade fresca da maresia refrescando a cara, o corpo ainda quente da lareira e do vinho. E sobretudo a negação...(que lhe fizera ainda badalando na memória)
As falésias à frente as sombras duras e frias a nébula, o vento... lá atrás a aldeia quente e parva – tudo claro – eu quero embrenhar-me no vento soltar as amarras e deixar-me guiar por ti Senhor.
Um suspiro aliviado, denso desde a base do tórax.
Por vezes ponho-me a imaginar a imensidão do universo e fico sem palavras: O universo é escuro e infinito. Quando estávamos perto da lareira o tecto não tinha fim. A fraca luz das brasas não chegava lá.
Tu pediste mais um tempo.
Para quê? Será egoísmo ou amor? Talvez uma mistura. Dois amores e o coração tenta agarrar-se aos dois.
As batalhas travam-se sempre cá dentro. O choro rebenta no peito. Senão fosse a vergonha ganias como uma criança abandonada pela mãe. E no entretanto, desposo a primeira rapariga que vir. Vou pedir-lhe que dance comigo porque estou louco de amor e o meu coração não se quer decidir.

Lúcia

Sem comentários:

Enviar um comentário

Convento dos Capuchos

palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...