27.6.07

NOCTURNO_1

Vagueava à noite.
Pensava. O frio entrava pelos ossos. A cidade abandonada a estas horas
A luz cor de laranja e os becos negros; os sons suspeitos; a imaginação irrequieta.
“O quê? Decerto não foi para isto que viemos cá.”
Uma solidão aperta-me o coração.
Uma melodia melancólica, como diz o outro “sinistra”, acompanha-me.
Podia ir para casa mas a noite tem uma certa magia. Estou viciado. Um mistério que nunca me foi explicado.
“A morte é ou não o fim?”
Os amigos vão falando cá dentro mas ... e a vontade de fugir?...
A textura fresca e... e alegre, pitoresca destas casas. O cheiro da noite.
À noite parece que o corpo manda – o sono, a cama, a razão – e sussurra-lhe que está tudo bem.
Oh! A doçura do prazer e no entanto que amargo no fim...

Zé Chove

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