Oh! Que interessante! Um vulto negro arrasta-se pelos matagais ao entardecer – já não oiço a música – por vezes parece que se arrasta, outras que esvoaça, ou desliza sobre os densos arbustos viçosos.
Tem um aspecto fraco, sinto até uma certa compaixão, mas ao mesmo tempo sinto medo, é receio inexplicável. A distância ainda é considerável. Uma parte de mim ordena-me com força que fuja, outra deseja ardentemente ver-lhe o rosto.
Quando era criança, por vezes ficava assustado com qualquer ruído a meio da noite. Enroscado. Os olhos semi cerrados. Escuro. Totalmente imóvel. Nariz e olhos fora da coberta. Respiração suspensa. Que foi isto? Talvez um passo... E se fosse um ladrão? E se fosse uma velhota a querer fazer-me mal? Será que devo gritar pelo pai ou fingir que estou a dormir? – épocas castanhas e azuis, partes da minha vida – ficou-me marcado o cheiro a peixe de mercado ao lado de casa. Já nessa altura andava maluco. O cheiro e a luz que atravessavam os cortinados da casa da Costa.
Zé Chove
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good job!
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