Caminhava sozinho na noite.
Imaginava bailes antigos,
o cheiro da rua era frio.
Suspirava por interiores acolhedores,
ficou a olhar para a loja de tapetes.
No silêncio pesado dos persas ouvia o sussurrar de desertos longínquos.
Com as suas botas russas ia marcando a neve de lama,
sempre fora assim ao longo da sua vida,
pisando a pureza original com o seu pesado caminhar.
As luzes dos candeeiros altos ficavam envolvidas num balão de neblina alaranjada.
Ao longe soaram violinos galopantes,
os palácios assentavam pesadões no breu,
por dentro os salões deveriam ser airosos e coloridos.
As mãos enfiadas no sobretudo iam brincando com uma guita.
Ontem não fiquei satisfeito com a resposta de Solokov.
Filipe Elites
4.7.07
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