Passeámos os dois através da sucateira ferrugenta de mãos dadas,
Beijámo-nos nos corredores sombrios da fábrica desactivada,
Meu amor urbano-decadente.
Eu gosto mais de ti nos becos abandonados sem saída.
O teu cabelo é de fuligem negra,
Os teus olhos brilham com a luz triste dos lampiões nocturnos,
O teu cheiro de trabalho guia-me como um cego,
Através do teu quarto soturno.
Adormeço na fuligem dos teus braços,
Envolto em sonhos de óleo gasto,
Passeio na antiga linha de comboio,
O cheiro do creosoto embala a minha paixão pela cidade gasta.
Zé Chove
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