Há frente ia o anãozinho,
Gritavam todos como galos,
Caminhavam em círculo,
Esmagavam tudo à sua passagem,
Pois andavam para trás.
Não queriam ver a lua de novo,
Atiravam esparguete à multidão,
Faziam chorar as velhas,
As crianças riam sem parar,
Quando algum caía para trás.
O céu trovejou sobre esta horda,
Enraivecido com a insolência.
Tapavam-se com folhas de alumínio,
Não haviam de parar,
Há séculos que andam para trás.
Já esfaimados e a cuspirem os pulmões,
À lua cheia continuavam a gritar.
No pico da sua raiva,
Caíram dum precipício para o mar,
Afogaram-se porque andavam para trás.
Zé Chove
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