10.7.07

Loucura_9

Velhote entra no casino,
tiras as calças e salta na roleta,
um negro gordo canta sedutor no palco,
um careca chora por ele apaixonado.

Uma velha grita com um troar de tempestade,
álcool puro em cada ferida,
despojos humanos vidas perdidas,
uma quarentona loira vende rosas tristes.

Falta de memória gritos índios,
tribos devastando Nova York,
putos governando em lisboa,
aviões roxos largando serpentinas de ácido.

Gritos roucos, furiosos,
leões espojados em suas mansões,
gordos arrastados no asfalto,
rímel desbotado em caras feias.

Samba frescos mal dançados,
luxúria gasta e cansada,
más apostas, desânimo à chuva,
vasos de ira barroca rachados.

Cantos angelicais popularizados,
jogando tetris em retretes de ouro,
raiva bruta, cornos de touro,
corpos mortos, estraçalhados.

Pancadaria em trombas de água morna,
breguilha aberta de sono,
adeus normalidade,
viva o grito inox do jovem louco.

Zé Chove

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