Nesta antiga pedreira,
rasgada a céu aberto,
à beira da falésia alcantilada,
à muito que a vida se foi.
O sol realça as agudas arestas,
as casitas dos antigos trabalhadores morrem em silêncio,
no fundo sempre em sombra
poças de água turva jazem.
Olhei do alto como um estranho,
desci num arrepio expectante,
sonhando com a vida desaparecida,
quebrei a pétrea monotonia.
Coelhitos escaparam assustados,
ante os meus passos decididos,
que o grande anfiteatro ecoou,
misturando-os com o barulho do mar.
Carlos Marques
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