27.1.08

Desvarios Assonetados

Subiu e desceu as escadas levemente,
Agitado sem saber bem o que procurava.
Coçou a cabeça tentando ter alguma ideia,
De cotovelo apoiado no corrimão fitou fixamente,

A luz na porta do seu quarto nas águas furtada.
Lá de baixo vinha o cheiro dos sofás velhos,
E o bichanar da t.v. notívaga de sonos,
Suspirou profundamente antes de decidir sair.

“Talvez lá fora haja alguma coisa para fazer”
Quem puxa é o corpo, embrutecido pelo tédio.
Puxou com força o cabelo para trás,

Deixou o frio lamber o seu nariz,
De mãos nos bolsos cantarolou até ao bar,
Mais próximo.
De novo o calor,
Ar gasto e álcool no sangue.
Saiu de ouvidos zumbindo a metal,
Os últimos carros abandonaram o parque acimentado,
Algo no coração ainda não se sentia satisfeito.
Deitou-se na relva e chorou ardendo em desejos,
De não sei quê que lhe dilacerou o peito.

Mário Mosca

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