27.1.08

Tédio Melancólico

silenciosa e morna
tremia-lhe o peito agoniado
as unhas cravadas na almofada
de joelhos no tapete ao pé da cama
quando olhava pela janela do meu quarto

pela janela do meu quarto
distingui ao longe o ladrar dos cães
cigarras no silêncio
harpas de desejo
o céu enfermo e triste
sem saber vontade morta
sem centelha
com sol brando morto
e sem paixão ou afazer
que me mova

o céu roxo
silhueta do carvalho só.

Diniz Giz

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