11.4.08

Carnificina Canibal

Dia de nevoeiro através_____Lá fora o sol
Da janela____fazia ondas no terraço
Da cozinha em que peguei____sob um telheiro iniciei
Numa terrina cheia____atiçando as brasas
De azeite____e esfreguei
Derramei____sem lavar as mãos
sobre a mesa e limpei____do carvão
a pele das mãos, o tampo____a carne mole e fresca
de mármore tudo envolto____com um preparado de ervas
em óleo____e óleo
depois peguei num lençol____e vinho morno
branco____e fogueei as grelhas
e estendi-o____que pingou borbulhas
sobre o tampo____borrifei as chamas
polvilhei farinha____dispus os nacos
displicente e com carinho____de forma aleatória
sorri com o cenário____e envolvi-me de fumo
e derreti margarina num tacho____e passei as mãos
derramei uma lata____pelo cabelo
de leite____e verti sangue e alhos
condensado____e acalmei as labaredas
e em cada passo____acompanhado de cerveja
fui lambendo com deleite____fui mordiscando ávido
os excessos____os bifinhos
dos dedos____esturricados

Orlando Tango

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