Atormentámos o poeta
Obrigámos a fonte a jorrar
Sim rapaz merece ser escrito
Símbolo de estupidez humana
Que se lamenta do tempo passado
Sem tirar todo o proveito
De alguém que já não está connosco
Mas deixo viver as aranhas
No meu quarto
de cada lado
Munido das tabelas
Matemáticas deporá
O seu coração num prato
Para alimentar as víboras?
Atormentámos o poeta
Obrigámos a fonte a jorrar
Atado a um poste
no meio do deserto
vimo-lo secar como um sarmento quebradiço
todo o sangue, escorreram todas as lágrimas
secou toda a saliva e o suor das axilas
até que chegaram as miragens e a besta falou
até caírem secas as miragens
e por fim o próprio sol secou
e desintegrou-se em pó
o poste que sustinha o profeta.
Orlando Tango
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