Bem me fica memorar-te Chelas
Como os amantes que ao perdê-las
Suas amantes desejam vê-las
Em mil reflexos de mil janelas
Filipe Elites
25.1.09
Cachões de Flores
Cachões de flores derramados muro abaixo fragrâncias
Esvoaçantes pássaros de mil cores tijolo e cimento escaldando
Ao sol de Agosto um pimento louro dum meio-dia de boca-cheia
De fontes refrescas frutas sopranas frutas como as brasas entre as grelhas
Sob o carvalho marcando o pino do céu esquecido do transcorrer das horas
Sonhando o aroma das estevas
Zé Chove
Esvoaçantes pássaros de mil cores tijolo e cimento escaldando
Ao sol de Agosto um pimento louro dum meio-dia de boca-cheia
De fontes refrescas frutas sopranas frutas como as brasas entre as grelhas
Sob o carvalho marcando o pino do céu esquecido do transcorrer das horas
Sonhando o aroma das estevas
Zé Chove
5.1.09
Litania
para Arvo Pärt
o tintinabulo súbito
pinga na nuca
faz ribombar a aragem
do temor de deus
réplica dum temor esquecido
que foge ventos fora
no ecoar do sino
Zé Chove
o tintinabulo súbito
pinga na nuca
faz ribombar a aragem
do temor de deus
réplica dum temor esquecido
que foge ventos fora
no ecoar do sino
Zé Chove
Carroçeiro
Guardar algo que vem do exterior
Na carroça do feno
Uma parte do reino
Qualquer observação
Parte daquela visão geral
Não um desejo mas quase uma teoria
Não procede a vida da visão
Vontade vista deslumbrante
Intelecto possível inflado
Em ascese de atrelado
Cavalgando desabrido
Reclinado sobre a palha
Distraído
Zé Chove
Na carroça do feno
Uma parte do reino
Qualquer observação
Parte daquela visão geral
Não um desejo mas quase uma teoria
Não procede a vida da visão
Vontade vista deslumbrante
Intelecto possível inflado
Em ascese de atrelado
Cavalgando desabrido
Reclinado sobre a palha
Distraído
Zé Chove
Nuvens e Rochedos - 2nd Round
Nuvens e rochedos
Infâncias outonais varridas de vento
E agressivas urzes
Eu por perto e tu tão dura
Forço por te alcançar no Inverno
Entre lamas revoltas
E o cheiro a chuva num céu tão cego
Sorris no verão mais solta e loira
Em feno de suave encosta
E cegas-me de sol e oiro
O fruto da primavera que rescende no teu dorso
É flecha vermelha liberta sobre a imensidão
Reflicto em onda e luz a escarpa do teu rosto
E estoiro
André Istmo
Infâncias outonais varridas de vento
E agressivas urzes
Eu por perto e tu tão dura
Forço por te alcançar no Inverno
Entre lamas revoltas
E o cheiro a chuva num céu tão cego
Sorris no verão mais solta e loira
Em feno de suave encosta
E cegas-me de sol e oiro
O fruto da primavera que rescende no teu dorso
É flecha vermelha liberta sobre a imensidão
Reflicto em onda e luz a escarpa do teu rosto
E estoiro
André Istmo
2.1.09
Cit #28 Joseph Conrad - Lord Jim
...a contemplarem com um brilho nos olhos o esplendor da vasta superfície que é apenas o reflezo dos seus olhares de fogo.
Em nenhum outro modo de vida está a ilusão mais afastada da realidade...
em nenhum outro é o começo uma ilusão tão perfeita... em nenhum outro é o desencanto mais rápido... a subjugação mais completa.
Em nenhum outro modo de vida está a ilusão mais afastada da realidade...
em nenhum outro é o começo uma ilusão tão perfeita... em nenhum outro é o desencanto mais rápido... a subjugação mais completa.
O Rumor
o rumor surdo das rodas
entre monturos valedos sem caminho
sem caminho e sem peso sem detenimento
o rumor surdo dum caminho
sem percurso sem rodas
o caminho de silêncio do pássaro
entre monturos valedos sem espaço
sem espaço e sem peso sem detenimento
o caminho de silêncio dum espaço
sem limites sem pássaro
Paulo Ovo
entre monturos valedos sem caminho
sem caminho e sem peso sem detenimento
o rumor surdo dum caminho
sem percurso sem rodas
o caminho de silêncio do pássaro
entre monturos valedos sem espaço
sem espaço e sem peso sem detenimento
o caminho de silêncio dum espaço
sem limites sem pássaro
Paulo Ovo
Hilemorfismo Cotidiano
o enter é transcendental da metafísica
no mínimo um co-princípio
para alguns um amen
assim seja
Lúcio Ferro
no mínimo um co-princípio
para alguns um amen
assim seja
Lúcio Ferro
Rio
rio rio no meio do rio
refrigério no centro do paul
trauteio
alheado do meu olhar
facas no figado
Diniz Giz
refrigério no centro do paul
trauteio
alheado do meu olhar
facas no figado
Diniz Giz
Terreno
escolheste esse terreno
conquistado às margens do rio
viceja com loucura no estio
rebenta em gretas no inverno
o solo macerado de aluvião
marcado na alma de lodo
é branda carne dum garoto
o barro em que moldas o coração
é o bastião em que assenta a vontade
a fortaleza jorra dum coração apaixonado
André Istmo
conquistado às margens do rio
viceja com loucura no estio
rebenta em gretas no inverno
o solo macerado de aluvião
marcado na alma de lodo
é branda carne dum garoto
o barro em que moldas o coração
é o bastião em que assenta a vontade
a fortaleza jorra dum coração apaixonado
André Istmo
1.1.09
Segredo
Um segredo como um barco velho
Preso e escondido entre uns juncais
Sempre com medo dos corvos rabugentos
Que vagueiam em círculos os baldios
Nem medo, nem lei, nem ruídos, nem olhos,
Nem mesmo os nossos, até ao nascer do sol
A sombra a sombra da loucura saída
Da sombra da morte sobre os vivos caída
Em todas as cidades chuva arrasta
Um cheiro de morgue ou de couves
Podres dos pântanos mal dragados
Orlando Tango
Preso e escondido entre uns juncais
Sempre com medo dos corvos rabugentos
Que vagueiam em círculos os baldios
Nem medo, nem lei, nem ruídos, nem olhos,
Nem mesmo os nossos, até ao nascer do sol
A sombra a sombra da loucura saída
Da sombra da morte sobre os vivos caída
Em todas as cidades chuva arrasta
Um cheiro de morgue ou de couves
Podres dos pântanos mal dragados
Orlando Tango
Enclave
Baclava – bolo tipo jesuíta
Balaclava – gorro que cobre toda a cabeça menos os olhos; bataclava
Balaclava – gorro que cobre toda a cabeça menos os olhos; bataclava
De Herodes
De Herodes
Estremecendo como a verde cana
Prostrado sob o teu brado
Aplanador
A plena dor
Vejo-te vires a mim
Sereis por ventura meu guarda
Meu irmão
Recolher-me, vaguear os desertos, de mim mesmo me vingar
Qual consolo
Talvez fechados de noite em cárceres lado a lado
Me reconforte ouvindo o teu sono
Lá fora oiço sobre o lajedo as asas de espadas
Do nosso anjo
André Istmo
Estremecendo como a verde cana
Prostrado sob o teu brado
Aplanador
A plena dor
Vejo-te vires a mim
Sereis por ventura meu guarda
Meu irmão
Recolher-me, vaguear os desertos, de mim mesmo me vingar
Qual consolo
Talvez fechados de noite em cárceres lado a lado
Me reconforte ouvindo o teu sono
Lá fora oiço sobre o lajedo as asas de espadas
Do nosso anjo
André Istmo
Escórias IV
I gloriosi nostri colori splenderanno sempre!
Sicut herbae
It’s hard to believe
When you only see
The backside of the tapestry
Believe
It’s all
Green
Green
Green
A chuva arrasta um cheiro de morgue
Ou de couves podres
Cantos vesperais
Os azedos da oxidada pedra
A pedra azeda
A lâmina de pedra azeda
Sob o rio óxido
A sombra de eternidade
Por fim liberta
Dir-se-á que mentia hoje a um santo
Façam-me reparos sem fundamento
Títeres úberes céleres
Orlando Tango
Sicut herbae
It’s hard to believe
When you only see
The backside of the tapestry
Believe
It’s all
Green
Green
Green
A chuva arrasta um cheiro de morgue
Ou de couves podres
Cantos vesperais
Os azedos da oxidada pedra
A pedra azeda
A lâmina de pedra azeda
Sob o rio óxido
A sombra de eternidade
Por fim liberta
Dir-se-á que mentia hoje a um santo
Façam-me reparos sem fundamento
Títeres úberes céleres
Orlando Tango
Sonho Bojudo
Sonho bojudo de seixo maduro
Até à superfície de vapor
Que o envolve em suma
No limite do seu esplendor
Nicolau Divan
Até à superfície de vapor
Que o envolve em suma
No limite do seu esplendor
Nicolau Divan
SPQR
Modorras post-prandiais
Reclinadas sobre os corpos
De pálpebras maceradas
Em delírios ambrosianos
Os espíritos fremem
Viandas imperiais, alcachofras
Corno gratinado, puré de ostras
No percurso inverso vertem
Ante o vomitório quem se prostra
Filipe Elites
Reclinadas sobre os corpos
De pálpebras maceradas
Em delírios ambrosianos
Os espíritos fremem
Viandas imperiais, alcachofras
Corno gratinado, puré de ostras
No percurso inverso vertem
Ante o vomitório quem se prostra
Filipe Elites
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Convento dos Capuchos
palmas das mãos nestas pedras de musgo afago o teu fôlego neste claustro oh Deus do fresco da capela me arrepia o teu sopro do teu cla...
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Entre 1241-42 os mongóis invadiram a Hungria. Lamento pela Destruição do Reino da Hungria pelos Tártaros Escrito por um clérigo da época. Tu...
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