2.7.10

Das Terras

Chaparro do Homem à sombra das sombras do Tempo que amparas as tardes nos teus ramos silencia as orgulhosas asseiceiras que se arrastam indomáveis nas planícies.
Chaparral imenso que escondes o Poço da Partilha dedilha o alaúde a cigarra entre uns canaviais ao longe na Barragem do Vinte e Dois.
Sesmarias terra do inculto e do abandono onde pastam a solidão e o vento.
Maninho estéril que te levantas infecundocongregação de baldios solos incultos onde lavra a ignorância respiram ao longo dos séculos sem donos que vos conheçam primos das Enxaras parceiros das charnecas avancem sobre vós as estevas a chupar-vos o sal das rochas brancas quebradas do sol e lamente-se a cornicabra sedada do chá da alcachofra velha.
Oh cornicabra essa outra que pintalga nossos horizontes Trás-os-Montes retira-te nos sesmos esconde-te dos aceiros foge do fogo que corta a eito. Negrita que te querem para escrava para fazerem de ti estaca e exaltar outras senhoras.
Água lustral que te envenena as têmporas boi conspurcado que não nasça mais de ti fruto como sinal.
Ajuntem-se enxaras cavalgue sobre vós o pôr de sol vermelho da morte do Verão.

Zé Chove

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