31.7.12

Farol


Soterrado austero farol
envolto nuvens da devassidão
ergues teu rosto luminoso
expelindo voraz o vómito
do mar rouco fendendo
a ansiedade uivante das chuvas
penteia o teu cabelo de sargaço
e atrai para as tuas rochas
dentilhadas de marisco alquebrado
os dorsos sensuais das putas das sereias
e fá-las sangrar todo o Inverno
estou a falar convosco como a uma divindade
que me escuta e protege
e peço-te como uma criança
orgulhosa de seu pai todo poderoso
dá-me esse prazer de vê-las sofrer como cadelas

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