são reflexo pingando na superfície
do cadavérico lago verde uma pinga
devolvida em bafo de lama e pântano
uma lágrima de pureza transvertida
em massa lodosa vómito castanho e morno
um soluço grosso nas copas das árvores
reverbera na neblina doente que mata
os animais cadáveres movediços
que enriquecem as águas paradas de troféus
risíveis que se pisam e esmagam
como moleirinhas de infantes crianças
perdidas entre as silvas transbordantes
de lama e espinhos cravados nos olhos
da serpente lenta que nos contempla
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