Tomei o ônibus para o fundão. A universidade fica numa ilha na baía de Guanabara. O percurso é por uma avenida rápida cheia de trânsito, vai atravessando várias favelas e zonas industriais
semi-abandonadas, há água por todo o lado os meandros da baía que entram e saem e braços de rio fedorentos ladeados por frondosos mangais.
ao longe destacam-se entre a neblina as silhuetas dos morros abruptos e favelas por todo o lado.
Ao longo do trajecto temos um vislumbre da extensão e da quantidade de povo desta cidade. afastados do centro continuamos a ver gente aos magotes e comércio de rua, frutas, legumes, botecos, chopperias e casas como cubos de tijolo escalavrados morro abaixo.
o sol crescia e o fedor intensificava-se. Um carro flutuando em cima duma jangada improvisada...
A universidade é uma ilha plana bastante extensa onde espalharam edifícios modernistas todos afastados entre si. As distâncias são de tal forma que existe uma rede de ônibus dentro do campus que não se paga e faz a ligação entre as várias zonas do complexo.
Nas margens da ilha entre as árvores vêm-se as sombras dos barcos dos pescadores locais.
As mesas da univ são as mesmas que serviram nos loucos anos setenta e estão todas chacinadas. No exame tive de falar das desigualdades sociais e da segregação urbana. E da esperança de uma cidade mais equitativa quando forem os jogos olímpicos, só não cantei a Internacional porque disse que tinha o feijão ao lume "força camarada, não se esqueça da farofa!"
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